XIV - Rejeição

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O gif ao lado... Bem, eu achei engraçado e decidi partilhar. MAU NATAL, JÁ AGORA!

Eu cheguei a referir, só por acaso, que o Canadá era um grande bloco de gelo e eu era uma mosca que morreria ou congelada, ou de hipotermia?

Bem, caso não o tenha feito: era assim que eu me sentia. Os meus professores teriam nos avisado que, de acordo com as previsões meteorológicas canadianas, o dia em que os meus professores decidiram começar a minha primeira viagem ao Canadá, era o dia mais frio desse mesmo país.

Dean não andava tanto connosco como o normal. Não que eu me importasse, claro. Só dava conta da diferença de não ter a sua companhia do meu lado. Tinha sempre outros amigos e colegas que faziam questão de conversar sobre algo.

Dei conta de Drake e Walter. Claro que dei. Walter não falou comigo o dia inteiro, ficando ao lado de Drake o tempo todo enquanto conversava imenso e este permanecia calado ao ouvi-lo. Julgo que foi pelo facto de eu estar rodeada de pessoas enquanto conversávamos sobre tudo, e Walter talvez não gostasse muito de multidões... ou talvez tivesse aceitado isso em Drake.

- Infelizmente, Caleb, eu e Lola estamos muito cansadas - menti descaradamente, quando este me questionou sobre o facto de podermos fazer uma espécie de 'festa de pijama'.

Quase que me deu vontade de aceitar. Este fez, sem se aperceber, um leve beicinho nos seus lábios como um bebé confuso. Estávamos entre a entrada do meu quarto e o corredor. Caleb estava do lado do corredor que separava os nossos quartos, com os braços cruzados, atrativo ao refletir os seus músculos. Já eu, estava de pijama, agarrada à minha porta, não o deixando mirar muito o meu quarto e de Lola.

- Que pena. - A sua cabeça inclinou-se para o seu lado esquerdo, olhando-me neutralmente para mim. - Estava mesmo a pensar que podíamos fazer algo todos juntos. - Abanei a cabeça, rejeitando.

- Eu até me sinto um pouco constipada - admiti. Encolhi os ombros de seguida, puxando as mangas do meu casaco que vestia por cima do meu pijama para as minhas mãos, revestindo-as e aquecendo-as.

- Queres algo? Eu posso sempre ajudar. A sério, o meu tio é enfermeiro, sei um pouco de... - Pareceu frenético ao falar.

- Não, verdadeiramente. Não preciso de nada. - Forcei um sorriso na sua direção. - Podias era sempre me fazer um favor... - Mesmo com as mangas por cima dos meus dedos, pude bater levemente a ponta dos meus dedos na madeira da ombreira.

- Qualquer coisa - respondeu-me espontaneamente, com um olhar convicto no rosto.

- Diverte-te por mim. - Este rolou os olhos e fez uma cara de frustração na cara. - Estou a falar a sério, se não posso ir, quero que vocês se divirtam por mim. - Encolhi os ombros. - Além disso, quem sabe não encontres uma estrangeira por aqui?

A sua cara demonstrou irritação ao me ver piscar o olho, com um sorriso cúmplice na cara de safada. A pele que rodeava os seus olhos descaiu drasticamente, tal e qual como os cantos dos seus lábios que formavam um sorriso do avesso. Era claro que não estava à espera que eu dissesse aquilo. Cruzou os braços diante do seu peito. Fechou a boca ao me olhar de cima abaixo. Parecia que os seus olhos estavam em chama.

Eu faria tudo para que Caleb não desenvolvesse sentimentos amorosos por mim: tudo, mesmo. Não ia deixar que este entendesse mal que eu gostasse dele. Seria um puro pesadelo para mim. Embora Caleb não fosse uma má pessoa, nunca seria capaz de pensar em algum envolvimento romântico com este.

- Estás a falar a sério? - Quando acenei, arregalou os olhos, surpreendido. - Mas eu pensei... - Não conseguiu terminar a frase. O seu rosto mostrou fúria e mágoa ao virar-se de costas para mim. Não foi capaz de me enfrentar ao falar - Boa noite, Vic.

The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora