Bónus III - Bruxa Loira (Drake)

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Aviso: bastante clichê mas vai ser editado, juro.

Perspectiva de Drake

Observei Victoria abrindo a sua boca, prestes a falar. Quando julguei que ia finalmente quebrar o silêncio constrangedor, reparei que estava enganado. Olhou momentaneamente para mim de relance, até desviar o seu olhar para cima do meu ombro e mirar a paisagem atrás de mim.

Estava vestida com uma camisola demasiada fina para a época em que nos encontrávamos. A sua camisola branca, em contraste com o seu tom moreno claro e sutiã branco, exibia quase por completo o seu peito, tomei nota disso.
As suas calças eram as comuns de ganga, cintura alargada e de género skinny jeans que tanto gostava de usar, ou pelo menos era isso que parecia. Apesar de aparentar falta de jeito e desatenção, estava impressionado de como podia se manter em equilibrar com sapatos altos.

Eu continuava com as minhas pernas estimadas para cada lado. Tinha conhecimento que não era uma postura adequada, mas não podia estar menos desinteressado. Estava cansado de estar em pé no mesmo dia e necessitava de descansar as mesmas, esticando-as sem o meu peso. Victoria pareceu estar incomodada ao início, mas por esta altura, já não se importava, visto que as minhas pernas não tocavam nas dela.

Isso passou a mudar quando a senti abanar uma das suas pernas. A que estava sobre a outra. Reparei no seu nervosismo também ao esfregar o seu braço que, por sua vez, tinha a mão cujos dedos batiam na sua bochecha, numa sequência. A sua boca parecia estar-se a mexer, mesmo fechada. A sua língua estava aos murros dentro da mesma.

- Acalma-te - ordenei, impaciente. Aquele seu nervosismo estava a irritar-me profundamente.

Victoria rolou os olhos, mas eventualmente parou. O seu suspiro fez-me pensar na nossa conversa anterior.

Caleb Smith não era, de facto, muito inteligente. Na verdade, era possivelmente ainda mais burro que Walter. Imagino a cara de Victoria quando ouviu o insulto sair da boca de Caleb. Imagino-a perplexa, ou a formar um furacão e a ficar vermelha de raiva.

Victoria era ótima a ser melodramática, sem dúvida. A sua auto-confiança pareceu reduzida ao perguntar, com um olhar quase tão inocente como o de uma criança (e eu não sou fã de crianças), se eu pensasse que era uma rapariga atiradiça e safada. Talvez fosse capaz de achar se ela estivesse a namorar com outra pessoa, mas visto que fiquei com conhecimento que não estava com ninguém a partir de uma fonte eficiente (Walt Disney, ou Príncipe Encantado)m não me importei. Para ser sincero, sinto alguma satisfação em ele a ter insultado. É sinal que ela já não vai querer lidar com ele e já não se vai meter nos assuntos alheios, incluindo os meus e de Victoria.

- As suas refeições, senhor,... - O empregado acenou para mim, quase numa vénia, ao entregar em cada mão os nossos pratos. -...senhora. - Acenou também para Victoria, que acentiu de volta, educada.

Limitei-me a endireitar-me para atacar a comida.

Mas esse termo devia ser usado com Victoria, porque esta não o levou como uma metáfora. Victoria, ao contrário de mim, não hesitou em colocar os talheres no prato e começar a encher a boca de comida. Dizer que eu fiquei chocado não é suficiente. Certamente que não estava à espera ver uma loira comer daquela maneira. Estava à espera que, em primeiro lugar, pedisse salada, para manter a linha. Segundo, que comece devagar, de novo, para manter a linha.

Num momento normal, ignoraria a sua atitude, mas fiquei tão curioso em relação à sua atitude que não pude deixar de perguntar:

- Estás bem? - Inclinei a cabeça, observando-a.

Quase como se saísse de um transe de obsessão à comida, Victoria olhou para mim, engoliu forçadamente a comida num enorme golo na garganta, e finalmente sorriu, limpando logo a boca.

The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora