Mais uma vez, minha mãe ia estragar tudo! Depois de dois dias minha mãe chegou. ''Até nisso ela é atrasada.'' Sussurrei para a Lari. ''Cala boca'' Foi a resposta. Estávamos paradas na porta enquanto minha mãe e a Cris desciam do carro. Cristiane era uma adolescente que a minha mãe tinha adotado. Diziam que ela sofria de problemas mentais, mas, eu não acreditava muito. Aquela menina era estranha. Sempre que a via ela ficava me encarando. Alguma coisa tinha.
-Olá D. Renata. -Falei sendo irônica. -Oi Cris. -Ela balançou a mão. Mamãe me deu um abraço e um beijo melado no rosto. Af. Minha irmã saiu agarrada com a minha mãe pra dentro de casa. Fiquei lá fora com a Cris. Ela começou.
-Faz tempo que não nos vemos né? -Sorriu.
-É, faz sim... Como anda as coisas? -Ela respondeu com um ''Bem'' e entrou. Aquela menina parecia ser tão normal. Na frente da minha mãe virava uma criança.
Depois de alguns dias de brigas, aguentando aquelas duas em casa, minha irmã ficou doente. Ela só piorava então mamãe resolveu leva-lá ao hospital.
-Ana, vou levar sua irmã no hospital. Enquanto isso, fique aqui com a Cris. -Eu estava vendo tv e naquele instante dei um pulo do sofá.
-O quê?? Não, leva ela!
-Não posso Ana, se ela tiver crise vai ser pior. -Andei atrás da minha mãe enquanto ela procurava as chaves do carro.
-Não vai não!! Ela já vai estar no hospital. -Mamãe parou e me olhou firme.
-Ana, pelo amor de Deus. Pare de reclamar e fique aqui. Volto rápido. -Mamãe pegou a Larissa e botou no carro. Balançou a mão dando tchau para mim e para Cris. Entrei de volta em casa, Cristiane estava vendo tv. Comecei a subir as escadas resmungando qualquer coisa quando ouvi ''Ana, pode descer aqui?'' Voltei com cara de tédio.
-Fala, Cris. -Ela se levantou e caminhou na minha direção. Parou bem perto de mim.
-Estava com saudades. -Pousou a mão no meu cabelo. Eu dei um tapa no seu braço o afastando.
-Sai Cristiane. -Caminhei até o sofá, ela veio atrás de mim.
-Vai dizer que já esqueceu do que tivemos no passa... -A interrompi.
-Cala boca menina! Não tivemos nada no passado. Para de encher minha paciência. -Sentei com as mãos no rosto. Ela se agachou na minha frente.
-Tivemos! E você gostou!
-Eu não sei na onde minha mãe acha que você é louca. -Ela me agarrou. Minha reação foi dar um tapa. Acertei seu rosto. -Cris, me desculpa, eu... -Ela me interrompeu.
-Quer saber Ana? Realmente de louca eu não tenho nada! Eu só precisa de alguns papéis médicos falsificados e aju... -A interrompi.
-O quê?? Você falsificou papéis médicos? Agora sim eu acredito que você é pirada! -Minha cara era de total espanto!
-Responda-me querida Ana, quem quer adotar um adolescente? Em, me diz! Quem quer? Hoje esses pais de bosta só adotam crianças novas, bebes recém nascido... E os adolescentes que se explodam! -Era notável seu nervosismo. Ela havia se levantado depois no tapa que eu tinha dado e estava andando de um lado para o outro. Eu estava parada, ouvindo, sem acreditar.
