47° Capítulo

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-O quê?? Não! Vou fazer negócios de escola. Ela vai atrapalhar.

-Não vai não, né minha linda! -Mamãe alisava o cabelo dela, enquanto ela me encarava sorrindo. Eu não estava acreditando naquilo. Só podia ser brincadeira! Mamãe se despediu de nós duas. Fui para rua. Cristiane me seguia.

-Nós vamos pra onde eu estou pensando? -Ela perguntou me alcançando.

-Ta loca pra levar outra surra né.

-Não, estou com um plano melhor. -Virei-me pra ela. Ela piscou para mim. Estava na rua da Gabi. Meu coração batia forte. Parei em frente.

-Fique aqui. -''Ok'' Respondeu ela. Toquei a campainha. Depois do quarto toque Gabriela abriu o portão. Ao me ver, me puxou rápido para dentro da casa. Fechou o portão e me abraçou me levantando.

-O que houve? Você está bem? -Perguntou quase que num tom de desespero.

-Calma, eu estou bem. Eu precisava te ver, sair daquele inferno, mas, não adiantou muito. -Eu havia até me esquecido daquela mulher que a uns dias atrás visitou a Gabriela.

-Porque não adiantou muito? -Ela fez cara de confusa.

-Cristiane convenceu minha mãe a ir embora só mais a noite. E como se não bastasse, ela veio comigo.

-Ela veio contigo?! -Gabi tinha raiva dentro dela. Seus olhos apertaram numa piscada de ódio. Ela estava caminhando até o portão e eu a puxei de volta.

-Gabi, vá com calma. Não bata nela na rua, você tem 18 anos e as pessoas podem achar ruim. E ela também não tentou nada. -Gabriela concordou com a cabeça e caminhamos juntas até o portão. Eu abri com cuidado e avistei a rua, mas, não havia ninguém. Fui para calçada.

-Cade ela? -Gabriela veio até mim.

-Não faço ideia. Talvez tenha ido embora.

-Não, ela não pode ir embora sem mim. Minha mãe me mata. Aquela menina parece que tem poderes, enfeitiça minha mãe pra conseguir tudo o que quer. -Era dia, mas, a rua da casa da Gabi era meio sombria. Tinha muitas arvores o que dificultava os raios do sol iluminar a rua. Os vizinhos quase nunca saiam de suas casas, mas, estavam sempre vigiando de alguma maneira.

-Ana, vá lá dentro e busque uma faca. Essa menina ta brincando com fogo. -Fiz cara de assustada, mas, fui até lá. Cheguei na cozinha, acendi a luz, mas, ela falhou. ''Droga. Aonde será que ela guarda as facas?'' Perguntei baixinho. ''Olha na gaveta debaixo.'' Aquela voz. Cristiane.

-Tava escondida ai? Como entrou? -Perguntei mexendo na gaveta de costas, tentando achar algo para me defender.

-Vocês estavam tão animadas me procurando que nem me viram. Vocês formam um casal lindo, sabia? -Ela estava com as duas mãos para trás.

-Sabia! O quê ta escondendo ai atrás? -Eu revirava a gaveta, mas, não encontrava nada útil.

-Ahh, isso? -Mostrou as mãos. Cristiane segurava uma faca. Ela passava a faca na mão como se estivesse amolando. -Só um brinquedinho. Estou esperando pela sua namoradinha. -Ela olhava para faca e nesse momento ergue sua cabeça até encontrar meus olhos. -Que horas ela vai entrar? -Sorriu. Eu estava morta de medo e não sabia se gritava.

Naquele amor, a sua maneira...Onde histórias criam vida. Descubra agora