2° Capítulo

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Entrei no corredor, olhares voltados para mim. ''Tenha santa paciência, não sabem fazer outra coisa a não ser cuidar da minha vida'' Queria poder gritar isso naquela hora, mas não fiz. Sentei na primeira cadeira, até que minhas amigas entraram.

-Oi né Ana! Não ouviu a gente chamar? Esta tão avoada assim? -Perguntou a Bea. Minha melhor amiga.

-Não -Respondi seco mas de uma forma amigável.

-Então, acordou com o pé esquerdo de novo? Aliás, como sempre. -Disse a Mari, uma vaquinha que havia entrado esse ano na escola, mas, eramos bastante amigas.

-Quer que eu tire meu pé esquerdo para acordar bem todos os dias Mari? -E dei um pequeno sorriso sarcástico de canto de boca. -Desculpa. -Pede logo em seguida.

-Tudo bem, já acostumamos. -E se sentaram. Eu ainda ouvi música e não queria desligar. Na verdade, eu não queria estar ali. Na verdade... Bateu o sinal. Três primeiras aulas haviam passado rápido. Descemos para o intervalo. Eu era perseguida por olhares fuzilantes pelo pátio da escola.

-Essas conversinhas estão me deixando maluca. -Disse para bea, enquanto me sentava na mesa da merenda e coloca minhas mãos sobre meu rosto.

-Calma amiga, não se estressa, sabe que não pode por dois grandes motivos: Sua saúde e sua situação na escola!

-Eu sei, eu sei... -Levei minhas mãos na nuca, olhando para frente. Tantas pessoas me olhando, tantas disfarçando olhares, tantas sem ainda saber o que havia acontecido. Ainda sem saber o que havia acontecido. ''Ótimo, falta só mais alguns desocupados.'' Pensei.

-Vamos andar? -Propôs a Nanda. Uma menina nova também, e muito doce. Olhou para mim com uma cara de ''Vamos por favor.'' E eu sem reação, aceitei. Como sempre eu ia na frente, direcionando o caminho. No meio do pátio fui parada para receber um abraço de um amigo. Um abraço que me confortava.

-Estou sabendo dá noticia. -Falou e suspirou.

-Pois bem Miguel. Todos estão. E por mais pior que seja, eu estou aqui e... -Fui interrompida.

-E isso mostra como é forte. Como é corajosa. Como é linda, e eu amo você. -E de novo, me deu um abraço apertado. ''Não abrace tão forte besta, sabe que perco o ar.'' Disse rindo. Ele riu também e me soltou. Continuei andando pela escola com as meninas. Fomos até o outro lado. Lá se encontrava o grupinho dos 1º anos.

-Não tem nada de bom por aqui!

-Vamos voltar então Bea, sua piriguete. -Falei me animando um pouco. Voltamos para o ''nosso lado'' da escola e o pátio principal. Estava lá, todas as pessoas que me conheciam. E de novo seus olhares fuzilantes. Passei pelo grupinho das meninas que me odiavam. Maria era a menina mais sonsa e puta daquela escola. Mas, para mim, Maysa ganhava. Elas me olhavam, com um sorrisinho de canto de boca, falando baixo e sem esforço me irritando. ''Vocês não querem sentar? Pelo amor de Deus, vamos sentar! Se eu ficar mais um minuto aqui eu juro que chuto a cara delas!'' Falei virando para as meninas. ''Calma amiga, não precisa disso, você sabe! Seja superior...''

Naquele amor, a sua maneira...Onde histórias criam vida. Descubra agora