11° Capítulo

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A moto parou do meu lado, eu estava assustada. Percebi que era uma mulher. A rua estava escura, não conseguia identificar quem era. Ela tirou seu capacete fazendo seu cabelo voar. Percebi que era...
-Drogadinha!! Digo, Ana. O que faz perdida por aqui? -Disse sorrindo. Aquele mesmo sorriso de quando nos conhecemos.
-Nada, eu... -Ela me interrompeu.
-Meu Deus!! Seu braço! Qual o seu problema garota?? -Disse saindo da moto e indo em minha direção. -Deixei-me ver... Fez isso na escola? O que aconteceu que voltou a sangrar? Bateu em algum lugar?
-Apanhei da minha mãe. -Suspirei.
-Meu Deus! Vem comigo, vou te levar para minha casa! -Fomos. Chegamos, ela me recomendou que eu ligasse para minha irmã dizendo que estava tudo bem. O fiz. Depois, ela me deu algumas de suas roupas. Uma calça larga, um top e uma blusinha curta, e um moletom. Me deu também uma toalha. ''Lave isso direito''. Entrei no banho chorando. Me lavei, lavei os cortes e o cabelo. Vesti a roupa e sai do banheiro procurando algum lugar para por as minhas roupas. Gabriela apareceu no corredor ''Pode deixar no banheiro mesmo e venha comer, fiz algo para nós.'' Assim, fiz. Me senti na mesa e ela se sentou ao meu lado. ''Olha, eu ju...'' Ela colocou seus dedos de leve na minha boca e sussurrou um ''shhh'' e completou ''Não diga nada, apenas coma.'' Piscou para mim e sorriu. Que sorriso era aquele. Terminando de comer, ajudei ela a lavar os pratos e depois ela me encaminhou para o quarto.
-Bom, vamos ter que dividir a cama. Tem algum problema pra ti? -Me olhou com as mãos na cintura. Parecia que ela não tirava por nada aquele sorriso do rosto.
-Não, claro que não. A casa é sua. -Pensei comigo o que seria aquelas duas portas a mais no corredor da casa. Ela fez a cama e nos deitamos. Devia ser umas 22 horas. Ela me disse que dormia cedo, então me desejou boa noite e se virou. Eu fiquei alguns minutos olhando para o teto, logo depois me virei também para o meu lado. Fiquei olhando para mim mesma pelo espelho que havia do lado da cama. Coloquei uma blusa por cima dele, já que não era pregado na parede. Não queria ver a minha imagem, não daquele jeito. Fechei meus olhos e senti seu corpo levemente respirando. A noite estava calma. Lembrei do que ela tinha dito sobre o Filtros dos sonhos. Sussurrei ''Espero que esteja ai. Espero que filtre meus sonhos. Faça milagre por favor.'' Sem me mexer para não acorda-lá. Ate que fui surpreendida por uma risadinha. Virei para o outro lado ela estava me encarando e sorrindo baixinho.
-Não tem graça se ficar pedindo as coisas. Deixa acontecer. -Falou baixinho olhando nos meus olhos.
-Pensei que estava dormindo! Eu te acordei?
-Não. É que não consigo dormir com uma mulher tão linda na minha cama. -Droga. Linda, sorriso perfeito, lésbica. Sério isso?
-Não me deixa sem graça menina! -Sorri, ela retribuiu.
-Perdão. Esta melhor seus machucados?

-Sim, está. Eu la... -Ela foi se aproximando. Minha fala estava ficando enrolada.


Naquele amor, a sua maneira...Onde histórias criam vida. Descubra agora