18° Capítulo

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Meu pai se levantou percebendo que aquilo podia se agravar.
-Vocês duas, parem pelo amor de Deus! São MÃE e FILHA. Que isso? Aonde vocês duas vão parar?!! Desde cedo... -Havia interrompido meu pai.
-Sim, desde cedo quando essa vagabunda resolveu deixar a família, deixar o marido e duas filhas pra correr atrás de amante. Desde cedo porque ela quis!! -Minha mãe que naquela hora estava sentada e olhava para baixo, se levantou e me deu outro tapa na cara.
-Pare agora de me chamar de vagabunda menina!! Eu ainda sou sua mãe, você querendo ou não. Fui eu que carreguei você durante nove meses... -Também acabei interrompendo ela.
-Grande coisa! Me carregou durante noves meses pra depois me deixar por quase uma vida toda. Que se dane você! -Minha mãe mexeu a boca para falar mas meu pai não deixou ela formular frase alguma. De alguma maneira, meu pai estava calmo demais, o que para mim era estranho, já que o esquentado da família era ele. Os dois se sentaram na cama. Meu pai colocou as mãos sobre o rosto e deu um suspiro profundo. Eu me lancei contra a parede, deixando meu corpo cair até me sentar no chão.
-Bom, então já que estão os dois aqui... Quais foram as decisões tomadas? -Perguntei um pouco mais calma.
-Vamos interna-lá! -Levantei depressa com um gritado ''O QUE??'' na minha boca.
-Além de puta é louca! -Minha mãe naquele instante se levantou e veio em minha direção. Me empurrou para trás fazendo-me bater a cabeça. Começou a desferir tapas e socos no meu rosto. Fiquei com um pequeno corte na boca. Meu pai a tirou depressa de cima de mim. Jogou ela contra cama e disse ''Nunca mais rele na nossa filha. Entendeu? Ela não tem culpa se foi abandonada por você ainda menina. Agora aguente as consequências!'' Ops. 0x1. Papai, campeão. Eu estava de novo sentada no chão, só que agora chorava.
-Não acredito que vai defender ela, Paulo! Bem típico seu, defender uma menina desse estilo. Não está vendo o que ela fez no próprio braço? Imagina o que ela pode fazer com uma pessoa? -Ela andava de um lado para o outro. Meu pai havia ajoelhado na minha frente e enquanto ela falava, ele sussurrava baixinho ''Essa doida não vai internar você. Deixe comigo.'' Eu sabia que meu pai resolveria, então, aos poucos voltei a me acalmar.
-Renata, essa menina ''louca'' também é sua filha. Não se esqueça que o abandono saiu de sua parte e as palavras sem amor e carinho da sua boca. Não culpe minha filha. Se ela está nesse estado foi porque deixamos! Não vou passar a mão na cabeça dela, mas também não vou tacar mil pedras. -Papai se virou para mim e me puxou para cima. Olhou fundo em meus olhos e disse com uma expressão triste. -Filha, papai voltou de viagem para buscar vocês! Fui promovido e vou ganhar bem mais do que ganho. Só que é preciso que eu more lá. Então, vim buscar vocês. Amanhã mesmo partimos. -Iria dizer que aceitava na hora, mas por algum motivo minha mente congelou

Naquele amor, a sua maneira...Onde histórias criam vida. Descubra agora