Acordei no dia seguinte meio mal, e tentando me recordar da noite passada, estava rodeada de papel toalha, e eu provavelmente teria usado isso para secar minhas lágrimas, eu ainda estava pensando sobre o que o Pedro tinha falado - " Com amor, Beatriz" - eu não lembro de ter deixado nenhum bilhete, como ele poderia ter adivinhado? Eu até perguntaria, mas no momento não tenho condições de olhar para ele.
Sábado, finalmente sábado, acordei e já era 10:00, me troquei e fui comer café da manhã.
Minha mãe e meu pai eram divorciados, e eu sinceramente não sabia onde meu pai estava, e também não tenho ideia do porquê ele tinha ido embora. Minha mãe era muito ausente, viajava muito a trabalho, e só voltava 2 dias depois, e em seguida tinha outra viagem preparada pra ela, porém, aquele dia, antes de ir ela preparou o café da manhã, peguei uma tigela que ela tinha deixado embrulhada em papel filme, e quando tirei o plástico, vi waffles, minha mãe não sabia preparar waffles, minha mãe nem sabia cozinhar, porém mesmo assim provei.
Odiei completamente, era algo duro e salgado, empurrei a tigela para o outro lado da mesa e me levantei para ver se tinha outra coisa pra comer, então foi aí que a campainha tocou.
Droga, eu estava de pijama, o meu cabelo parecia uma juba, e eu estava com remela nos olhos, quem seria?
Esperava que não fosse o Pedro, e se fosse ele eu fecharia a porta bem na cara dele. Abri a porta, e a Marina estava lá, toda sorridente, radiante como sempre, seus cabelos curtos eram ruivos, e ela tinha olhos azuis, ela começou então:
- Bom dia!
- Bom dia Ma, entra ai.
Ela entrou, estava segurando um papel, olhou pra mim e disse:
- Achei que você ia gostar de ir.
Ela estendeu a mão e me deu o pedaço de papel, no momento, percebi que aquilo era um convite para alguma festa:
- Festa? De quem?
- Minha, ué.
Ela riu, eu virei minha cabeça para a direita, confusa:
- Você vai dar uma festa?
- Sim, amanhã, sei que é muito em cima da hora, mas, tudo bem.
Dei um sorriso, Marina era totalmente otimista, porém ao mesmo tempo se irritava facilmente, ela era aquela pessoa que não havia ninguém que não gostasse dela:
-Vou estar lá - falei, quando de repente meu estômago roncou.
- Parece que alguém não comeu café da manhã.
Assenti com a cabeça, e mencionei:
- Não sei cozinhar nada.
Ela foi me puxando até a cozinha, e abriu a dispensa, até que não era vazia, mas era bem light, algumas frutas, leites, verduras, molhos enlatados, arroz, bolachas de aveia, entre outros.
Ela pegou um pacote na gaveta de cima, e tirou de lá crepes, colocou no fogo, e começou a rechear com todas as frutas que minha dispensa possuía.
Fiquei surpresa, eu não sabia nem fazer pipoca, imagina crepes recheadas?
Sentei numa cadeira perto dali, e comecei a batucar meus dedos na mesa, em alguns minutos, estava pronto, e ela então falou:
- Pronto, come - sorriu
- Não precisava ter feito isso, a gente poderia ter saído.
- Eu gosto de fazer isso, mesmo sem as pessoas pedirem.
Ri, e comecei a comer, estava realmente muito bom, e depois que comi fui me trocar.
Após isso, fui até a sala onde a Marina estava me esperando, sentei ao lado dela no sofá, e perguntei:
- Quem vai na festa?
- As meninas, o Bernardo, e uma amiga da minha mãe.
- Não vai ser muito grande?
- Não
- Então porque convites? Mandava um torpedo - essa menina gostava mesmo de gastar dinheiro.
- Ah, não sei.
Então ela disse avulsamente:
- Theo.
- Quem é esse?
- O filho da amiga da minha mãe.
- E daí? - perguntei.
- Ele é bonito.
Rimos, agora sim eu queria ir nessa festa, conhecer gente nova é bom, não é?
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Aquele cara.
RomanceComo se manter forte em momentos difíceis? Chorar é bom, mas superar é melhor, a história conta sobre uma garota que se apaixona pela pessoa errada, e aprende em meio a seu trajeto como e com quem se pode lidar.