Aquele cara.

Quem estava na linha

Desisti de atender o telefone, porém, não adiantava nada atender inúmeras vezes sem falar nada, então, quando ligaram novamente, eu atendi e disse:
- Olá, quem é?
Ouvi alguém tossindo do outro lado da linha, e por fim a pessoa falou:
- É o Pedro.
Queria desligar assim que ouvi a voz dele, mas foi um pouco educada e me segurei:
- Oi... O que quer?.
- Queria dizer que você pode me falar.
- Hm - falei - Falar o que por exemplo?
- Tudo que você tem que falar pra mim, sei que posso ser meio idiota as vezes.
- Quer mesmo que eu fale tudo? - pensei em várias coisas para falar na minha cabeça, coisas que eu poderia jogar na cara dele e no final dizer algo como "Vire homem", mas não falei, só comentei- Então a noite vá até a praça do condomínio, simples.
Ele desligou, provavelmente porque ouviu tudo que eu disse. Voltei até a sala onde Sofia onde estava, e desabei em choro e comecei a explicar tudo que havia acontecido no telefone.
Depois de me ouvir chorar, me abraçar, consolar, e tentar me deixar calma, ela foi para casa.
Quando ela saiu, eu fui para meu quarto, sentei na cama, e comecei a construir no meu pensamento coisas horríveis para falar, mas que ao mesmo tempo pudesse dizer o quanto eu o amo e odeio.
Ouvi um barulhinho estridente pela janela enquanto pensava e fui ver o que era, pequenas pedrinhas estavam sendo jogadas, olhei para ver quem era que as estava tacando: Theo.
Ele estava com uma bermuda verde escura e uma blusa azul, ele usava um óculos um tanto quanto estiloso, Theo parou de jogar as pedras e gritou quando eu abri a janela:
- Desce dai!
Sorri, mas pensei também: " Não se apaixone" , coloquei uma regata azul, calça jeans rasgada, sapatilha, e desci.
Abri a porta e abracei Theo, droga, ele tinha o melhor abraço, beijo, do mundo... Ele era alguém que valia a pena até o momento. Fomos andando em silêncio, até que ele disse:
- Você ficaria de novo comigo?
Me espantei um pouco, o que eu responderia? - " Sim, claro" "Sou louca por isso" " E você ainda pergunta?", mas só respondi:
- Aham - escondi minha felicidade num sorriso de canto de rosto - mas quando?
- Vai ter uma festa junina do condomínio dia 28, você topa vir comigo?
Analisei ele bem, poderia repetir mil vezes que ele era maravilhoso. Uma pessoa fácil de conversar, que era fofo, carinhoso, e bonito:
- Claro, vai ser legal.