O beijo.

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Quando chegamos na festa junina, Ana e Marina se afastaram para poderem conversar sobre o que havia acontecido.
Eu, Mel, e Theo, fomos andando direto às barraquinhas para podermos comer. O cheiro de milho estava delicioso, e a maioria das crianças de lá, estavam pintadas com bigodes, sobrancelha, ou pintinhas na bochecha. Theo me puxou para a barraca da pamonha, e Mel foi conversar com um amigo que ela havia encontrado lá, que eu não lembro o nome direito.
Eu e Theo comemos e nos juntamos a Mel e o amigo dela, que estavam conversando radiantes, como se não se vissem há tempos.
A conversa começou a ficar um pouco interna, ou seja, coisas que só eles conseguiriam entender, então, Theo segurou a minha mão e foi me tirando de perto deles. Fomos para uma espécie de pátio, com várias salas numeradas. Tentamos entrar nas salas, mas todas estavam trancadas, então, saímos do lugar onde estava acontecendo a festa junina e subimos para a rua de cima.
A calçada era estreita, e não havia lugar bom para ficar lá. Porém, mais a cima, havia um carro branco parado, em frente à calçada, Theo me olhou, e me levou para trás do carro estacionado. Várias pessoas estavam passando pelo meio da rua, se ficássemos de pé, sem dúvidas alguém iria nos ver, então, nos sentamos, ele com as costas apoiadas em um poste de luz, e eu em sua frente.
Quando as pessoas passaram para a outra rua, me aproximei dele, ele estava com a respiração lenta, e suas mãos estavam nas minhas costas, cheguei um pouco mais perto dele, e fechei meus olhos, encostei meu lábio inferior no dele, e comecei a beijá-lo, um beijo demorado, em que tudo que eu queria fazer era ficar lá cada vez mais, só eu e ele, sem mais ninguém.
Durante um curto período de tempo, ficamos sem interrupções, era o momento perfeito, tudo estava perfeito.
Theo era aquela pessoa com a qual eu ficaria por horas e horas, sem fazer nada, tanto faz, ao menos que eu pudesse estar perto dele.
Desgrudei minha boca da dele por um tempo, para poder olhá-lo, eu tentava sussurrar algo, mas não conseguia, ele me tirou todo fôlego, tirou as palavras da minha boca, não conseguia fazer nada além de encará-lo e sorrir, meu Deus, eu amava ele.
Continuei a beijá-lo, o sol estava indo embora, e começou a anoitecer, ouvimos passos de pessoas que estavam subindo a rua, então ele se esquivou e espiou por debaixo do carro, não era ninguém que conhecíamos, logo, ele voltou a atenção para mim novamente, mas antes eu perguntei:
- Que horas são?
Ele puxou o celular do bolso e olhou para o visor que acabara de acender:
- 18:00
Pensei em dizer que eu precisava ir embora, mas não disse, falei para mim mesma que eu poderia esperar mais alguns minutinhos. Dei um sorrisinho bobo, e ele puxou meu rosto para perto do dele, ajeitando uma mecha escura do meu cabelo para trás da minha orelha, estávamos a poucos centímetros de distância, ele me olhou e falou:
- Eu te amo.
Um arrepio quente percorreu todo meu corpo, eu também o amava, não conseguia esquecer o Pedro, mas o Theo era diferente, ele era meu porto seguro:
- Eu também te amo.
Dei um beijo curto nele, e nos levantamos, voltamos para a festa, para podermos ir embora junto com as meninas.

Aquele cara.Onde histórias criam vida. Descubra agora