Sorrisinho discreto.

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Era segunda-feira de manhã, e eu acordei cedo para tomar café, Bete, a moça que trabalhava em casa na ausência da minha mãe, preparou torradas, e depois que comi, pude finalmente tomar rumo à escola.
No caminho, pude ver que alguém estava se aproximando, virei para trás e vi Theo.
Dei um pequeno sorriso, até que ele me fazia bem. Fui ao lado dele e fomos caminhando em silencio, até que ele disse:
- Estou no mesmo colégio que você.
- Ah, sério? - perguntei
- Sim, mas em outra unidade.
Que droga! Pra quem não sabe, o Conselheiro é dividido em duas unidades, a unidade mais perto de casa, e a outra que é uns cinco quilômetros mais longe. Ele ficou na unidade mais longe, infelizmente:
- Poxa! Bem agora que eu queria te conhecer? - Dei uma risadinha.
- Você ainda não me conheceu o suficiente? - Ele deu um sorrisinho bobo, por um minuto pensei que estava apaixonada por ele, mesmo não conhecendo-o há muito tempo.
Theo acelerou o passo e foi indo por um outro caminho que levava ele para a outra unidade.
Caramba, que garoto incrível, o cabelo enrolado dele totalmente arrumado, o sorriso discreto, porém que tinha um brilho significante pra mim. Só o jeito que eu tinha que ficar na ponta do pé para poder abraçar ele, me deixava no vermelho.
Estar no vermelho, é estar em perigo, perigo de se apaixonar. Porém as vezes um pouco de adrenalina, um desafio a mais, poderia fazer bem, não acham?.
Quando Theo virou as costas, lembrei do Pedro, e um arrepio quente percorreu todo meu corpo. O Pedro era lindo também, porém maldoso, sabia como ter meu coração na palma da mão, mas eu o conhecia direitinho, tudo sobre ele, fingia que só queria ser amiga dele, e achava que tudo ia ser questão de tempo, mas não, é questão de um grande esforço.
Cheguei na escola com minha mala nas costas, fui até minha sala sem entrar em contato visual com as pessoas da sala onde o Pedro ficava, deixei minhas coisas perto de onde eu sentava e fui falar com o Bernardo:
- Bom dia.
- Bom dia Bibs.
Disparei então:
- O Theo está no meu condomínio, o Pedro está me deixando cheia de calafrios e eu estou totalmente confusa.
- Mude de condomínio, mate o Pedro, e case com alguém de outro país. - Ele respondeu como se não tivesse muita importância.
- Ah, ok, vou fazer isso sim. Pare de ser idiota.
- Mas eu não sei o que falar pra você além de te dar soluções absurdas! - Ele riu um pouco com a minha confusão.
Nesse momento, o sinal tocou, e nos sentamos em nossas cadeiras.
A professora Jane, que era nossa professora de história, chegou alegre com vários papéis e envelopes na mão.
Foi distribuindo e disse:
- Por favor, não abram por que eu vou explicar como vai funcionar.
Fiquei na tentação, eram envelopes marrons e grandes, e o nome de cada um estava escrito neles, então a professora prosseguiu:
- Iremos acampar com a escola!.
Olhei para Clara que sentava no outro lado da classe, essa noticia me deixou completamente feliz.

Aquele cara.Onde histórias criam vida. Descubra agora