Capítulo 12

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Paula

Nem acreditei quando li o sms de Ana aceitando o meu convite. Fiquei numa ansiedade monstra. A convidei por diversos motivos, quero ve-la, estar com ela me faz bem, conhecer a mãe dela. Pois vai ter outra festa e quero que ela vá comigo. O problema é que a festa é no dia do aniversário do meu pai. Mas até lá dou um jeito, o que importa é ela ir comigo.
Tomo um banho, me arrumo e saio para buscar Ana. Ligo o rádio do carro e esta tocando uma das minhas cantoras favoritas Ana Carolina. Ironia do destino ou não, estou estou curtindo duas Anas.
O endereço que Ana passou não é muito longe da minha casa, então não demoro a chegar. Mando um sms avisando que já cheguei e aguardo ela apracer.
Quando o portão se abre, meu coração dispara, tento controlar meu nervosismo mas é difícil. Ela vem em minha direção e me dá um abraço apertado, minha vontade era de nunca sair daquele abraço. Que perfume maravilhoso.
Então entramos no carro e seguimos para uma sorveteria na beira da praia.
Chegamos lá escolhemos nosso sorvete e fomos sentar na areia para admirar o pôr do sol.

- É lindo aqui, nunca tinha parado para prestar atenção.

Diz Ana com um sorriso de tirar o fôlego.

- Também acho, mas quase não venho aqui.

- Porque?

- Falta uma boa compania, admirar essa beleza toda sozinha é depressivo demais.

Respondo e percebo que Ana ficou sem graça então mudo de assunto.

- Daqui a duas semanas tem outra festa para eu ir, quero que você vá comigo. Não adianta dizer que não.

- Mas Paula, já te falei minha mãe não gosta muito.

- Então eu vou na sua casa pedir á ela. Você vai lá pra casa pois é o aniversário do meu pai e de lá vamos para festa. O que você acha?

- Se a minha mãe deixar, por mim tudo bem.

Continuamos ali sentadas em silêncio admirando o pôr do sol.
Naquele momento tive a sensação de que eu não pecisava de mais nada, só precisava que ela estivesse ao meu lado.
Quando já havia anoitecido resolvo leva -la em casa e aproveitar para conhecer a mãe dela.
Na volta percebi que ela estava quieta e de cabeça baixa.

- O que foi?

- Na verdade não sei como vou encontrar minha mãe, entende?

- Não se preocupe, você vai na frente e ve como estão as coisas. Se tiver tudo bem eu vou lá e converso com ela, tudo bem?

Ana concordou e antes de sair do carro me abraçou.

- Obrigada por ser tão compreensiva.

- Não precisa me agradecer, agora vai antes que eu mude de idéia.

Ela sorri e vai.
Enquanto isso, penso que, como uma pessoa encantadora como ela pode sofrer tanto. Quero poder ajuda-la de alguma forma. Mesmo sem saber como.
Então ela volta e me chama. Saio do carro e a acompanho. Uma casa simples, bem simples na verdade. Mas isso não importa.
A mãe dela uma senhora baixinha, com a cor da pela igual de Ana, tinha um semblante triste e castigado pela vida sofrida, mas me parece ser uma boa pessoa. Ela também tinha dois irmãos, um menino e uma menina, que quando a viram correram para os braços da irmã.
Conversei bastante com a mãe de Ana e enfim a pedi para que deixasse ela sair comigo, expliquei que ela ia ficar na minhha casa e tudo mais.
Depois de muito pensar que fazer perguntas ela liberou.
Apesar de todos os problemas que elas tem em casa, uma coisa eu tenho que admitir, ela ama incondicionalmente seus filhos.
Depois de mais um pouco de conversa, me despedi da mãe de Ana e seus irmãos.

Ana me acompanhou até o carro, ela parecia um pouco sem graça.

- Ei que carinha é essa? Pensei que ficaria feliz por poder ir a festa comigo.

- Claro que eu to feliz, não é isso. É que...

A interrompo antes que ela termine, não me importa onde ela mora e nem como vive por lá, todos nós temos problemas. E eu quero ajuda-la a sorrir mais, isso é o que importa. Ela é o que importa.

- Ei fica assim não, cade aquele sorriso lindo.

Então lhe abraço e ela sorri. Ao nos separarmos do abraço, nossos olhares se encontram e ficamos ali assim nos olhando e meu coração dispara. Resolvo sair daquele olhar, senão não responderia por mim.
Entro carro e vou pra casa, ainda sentindo o perfume dela.

Nós duasOnde histórias criam vida. Descubra agora