DOCUMENTO 009: AS NOVAS DECISÕES

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Devíamos ser rápidos.

Imediatamente pegamos o módulo de aluguel do transporte público, descendo pela maior avenida de Novaj Braziljo, a Esplanada dos Ministérios, dobrando à direita antes de chegarmos à histórica Praça dos Três Poderes, sede do governo do Brasil.

Ao passarmos pelo Ministério das Relações Exteriores, nosso veículo flutuante chegou à sede da Embaixada da Ordem. O prédio, inspirado na arquitetura de Brasília, seguia o formato de uma grande esfera enterrada pela metade dentro de um espelho d'água. No meio daquele globo revestido de vidro, uma longa passarela contornava o edifício, lembrando os anéis de Saturno.

Ao descermos do veículo, logo subimos a rampa, rumo à entrada principal de nossa Sede. Imediatamente os quatro guardas que se distribuíam pela rampa nos barraram na metade do caminho.

- Cristais, por favor. – Anunciou um deles.

- Como? – Perguntei sem compreender, Hen me olhou também confuso, sem entender o que diziam.

- Somente Sacerdotes portando seus cristais de identificação poderão adentrar na Embaixada. – Respondeu o outro guarda, enquanto nos encarava, observando nossas roupas.

- Você só pode estar brincando, não é? – Disse-lhe, revoltado com aquilo. Estávamos sendo barrados em nosso próprio território!

- São as novas leis deste país bem como ao redor do mundo. Sem identificação não poderemos liberar o acesso a estranhos. – Disse o guarda, enquanto eu liberava minha Mente, projetando meu pensamento na cabeça daquele homem.

- Estranhos?! Você não está vendo que nós somos Harashis? – Disse-lhe, perdendo a paciência. O segurança recuou, assombrado com aquele fenômeno, enquanto os outros três avançaram sobre nós.

- Não se mexam! Se avançarem vocês serão detidos! – Disse outro, sacando a arma de seu cinto. Os outros repetiram o gesto. Eles só podiam estar brincando. Poderia desarmá-los apenas com um simples pensamento. Porém eu continuava tranquilo, ainda mais após notar que uma velha e inesperada figura se aproximava.

- Deixem estes jovens passarem. Eles fazem parte da Ordem! – Disse Manohal, abrindo passagem entre aqueles guardas trogloditas.

- Mas senhor, são as ordens do Ministério das Relações Exteri...

- Estas ordens não tem mais valor agora que eles pisaram no solo da Embaixada. Com cristais ou sem cristais eles são Harashis como nós e possuem livre acesso. – Disse, pondo sua mão no ombro do guarda, dando-lhe o ultimato. – Se existe alguém que pode proteger este lugar além de nós, são eles.

E com uma precisão militar, eles abriram passagem.

- O que faz aqui Manohal? – Hen perguntou, enquanto passávamos pelos guardas.

- E que história é essa de cristais? – Perguntei, subindo o final da rampa com meu Mestre e meu amigo.

- Creio que não lhes informaram desde que chegaram ao planeta. Nemashi criou uma política onde somente Sacerdotes portando suas credenciais registradas nos cristais que crescem no solo do Santuário poderão ter acesso às Embaixadas. Assim, evitaremos que qualquer membro da Sol Negro ou qualquer outro intruso adentre em nossa sede.

- Mas nada impede de roubarem os cristais. – Hen questionou.

- Creio que seja impossível alguém roubar cristais dentro do Santuário, mesmo em tempos de crise, não acham? – Disse-nos sorrindo, zombando daquela ideia absurda. O Santuário era o lugar mais seguro de todo o Universo de Navadoh, e tentar invadi-lo era uma loucura óbvia. – Como sabiam que eu estava aqui? Não lhes avisei que viajaria a Yuransha por esses dias.

O Crepúsculo de NavadohOnde histórias criam vida. Descubra agora