Senti os lábios quentes de Camila em minha tatuagem e aquilo me arrepiou por inteira. Já era vinte e três de dezembro e estávamos na casa que ela dividia com Dinah e Normani, que já havia se mudado para lá.
- Bom dia. – disse com a voz rouca sem me mexer sentindo sua mão apertar minha cintura de leve.
- Bom dia amor. – ela sussurrou com os lábios ainda em minha nuca fazendo-me arrepiar novamente. – Já disse o quanto eu adorei essa tatuagem?
- Eu percebi pela forma com que você a beija todas as manhãs que acorda virada para mim. – virei-me na cama encarando aquelas orbes castanhas que brilhavam mais do que os raios da manhã que entravam pela janela naquele inverno. – Como eu amo seus olhos. – beijei a ponta de seu nariz um tanto quanto no automático.
- Como pode dizer isso sendo que os seus são muito mais bonitos? – Camila fechou os olhos suspirando.
Procurei sua mão por baixo do edredom e entrelacei nossos dedos. Meus olhos poderiam ser claros, mas não chegavam nem perto da beleza que os dela tinham.
- Não vamos começar com isso agora, por favor. – era completamente indescritível a maneira como eu me perdia tão facilmente naquele olhar. Como se a felicidade dependesse daqueles olhos. Se respirar não fosse automático, eu poderia esquecer sem nem sentir falta.
- Eu entro em uma controvérsia desgraçada na minha mente quando você me olha assim. – Camila sustentava meu olhar com um sorriso nos lábios. – Eu amo a forma como me olha, mas odeio quando você simplesmente se perde fazendo isso e eu fico falando sozinha.
- É automático. – dei de ombros e deixei um beijo em sua testa.
Levantei para ir fazer minha higiene matinal e tive uma vontade fodida de voltar para cama. Apesar do sol, o frio era de te deixar encolhido debaixo das cobertas com muito café e livros.
- Minha mãe disse que amou você. – Camila disse e coloquei o rosto para fora do banheiro com a escova de dente na boca. – Vocês estão bem amiguinhas já, né?
Ela arqueou uma sobrancelha e foi impossível não rir da cara que ela fez. Voltei ao banheiro enxaguando a boca na agua gelada e voltei para o quarto tirando a camisa dois números maiores que eu fazia como pijama.
- Ela é minha sogra, temos que manter uma linha de amizade. – peguei a camisa polo que havia deixado em uma cadeira na noite passada vestindo-a. – Fico feliz que ela gostou de mim.
- Sofia também. – ela sorriu se espreguiçando. – Eu tenho mesmo que levantar daqui?
- Sim! – peguei a calça jeans em cima da mesma cadeira colocando-a. – Vamos, preguiçosa!
- Droga! – levantou à contra gosto indo até o banheiro. Amarrei os coturnos e estiquei a cama. Era nossa rotina todas as manhãs em que eu vinha para casa.
- Precisamos passar numa loja para que eu possa comprar outro cartão de memória. – falei assim que minha namorada saiu do banheiro tirando a camiseta e jogando-a em cima da cadeira. Suspirei vendo o corpo definido dela.
Por mais que eu achasse desnecessário que Camila fizesse academia uma vez na semana e corresse todas as manhãs, eu tinha que concordar que o corpo dela estava cada vez mais maravilhoso.
- Eu deveria ter jogado copos em você quando me contou que voltaria para lá. – bufou vestindo a camisa de seda branca fechando-a até a altura dos seios.
- Mas como você é uma namorada maravilhosa você não fez! – puxei-a pela cintura. – Agora posso receber meu beijo de bom dia?
Camila sorriu colocando as mãos em torno do meu pescoço. Aquele olhar dela me tirava o ar e naquele nano segundo eu tive a certeza que havia me apaixonado por ela mais uma vez naquela manhã.
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Angels Of War
FanfictionTodos nós já fizemos escolhas na vida pelas quais em algum momento nos arrependemos. Escolhas que comprometem nossa família, nossos amigos e muitas vezes o amor da nossa vida. Em duas semanas muita coisa pode acontecer na vida de alguém, principalm...