Olá, Miami!

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Dia 210.

- O que acha de ir para a América comigo, guri? – perguntei para Arash enquanto limpava meu fuzil. – Meu casamento será em quinze dias e eu gostaria de você lá.

- Está falando sério, Laur? – ele parou a bola de basquete e Parisa me olhou com um sorriso.

- Lógico! – sorri colocando grafite na peça correta. – Você e sua namoradinha. – pisquei para ele e sorri. – Só tem um problema.

- Qual? – ele arremessou a bola na cesta e sentou ao meu lado.

- Se ela sair da base, ela não poderá voltar. – montei a arma novamente. – Isso significa que ou ela arruma um visto americano e passa a viver lá, ou quando ela voltar para o Iraque terá que arrumar uma casa aqui.

- Eu tenho passaporte, já fui para lá uma vez com meus pais. – ela sorriu fraco. Os pais de Bahira foram mortos por terroristas iraquianos. – Acho que posso ficar lá.

- O exercito americano está me pagando por ajudar como interprete e estar treinando, então acho que posso alugar um apartamento para você. – ele sorriu esperançoso.

- Acho que pode ser. – eles trocavam olhares da mesma maneira em que eu e Camila fazíamos.

- Então acho que tenho mais dois convidados para o meu casamento. – sorri enquanto recarregava o meu bebê. – O que você pretende estudar, Hira?

Ela sorriu como se adorasse falar sobre aquele assunto. Mesmo sendo algo extremamente complicado de se conseguir aqui, ela tinha um sonho, assim como meu pequeno Arash, e eu admirava muito isso.

- Eu quero muito estudar arquitetura. – Arash pegou sua mão e passou a brincar com os dedos dela enquanto falava. – Eu olho algumas paisagens e penso "imagina eu construindo meu próprio monumento". É algo que talvez eu consiga realizar na América.

- Vai sim! – Parisa sentou ao meu lado colocando fé no sonho daquela garota.

- Eu tenho uma amiga arquiteta. – lembrei-me de Lucy. – Ela estará em meu casamento. Creio que conversarão bastante.

- Eu adoraria! – seu sorriso rasgava o rosto. Era bom ver que além de acabar com o terrorismo em uma nação, eu estava também ajudando no sonho de duas pessoas.

- Comandante? – o sargento Adams apareceu onde estávamos.

- Sargento! – Parisa e eu levantamos e batemos continência, seguido por Arash que pegou o costume.

- Posso conversar com você em minha sala? – ele voltou sua atenção a mim e logo saímos juntos até a pequena sala em que o sargento e o general dividiam. – Creio que não saiba o porquê de eu ter te chamado aqui. – neguei com a cabeça sentando na cadeira em frente à sua mesa. – Eu estava folheando alguns papeis e percebi que a sua equipe está aqui há seis meses.

- Sim senhor. – confirmei me sentindo estranha sobre o rumo da conversa.

- Anualmente devemos dar férias aos nossos homens. – ele colocou as folhas dentro de uma pasta e as canetas em uma caixinha. – Com isso, no dia vinte você e seu pelotão estarão embarcando de volta para USA.

Eu não sabia ao certo o que sentir. Eu estaria voltando para casa! Eu ficaria um mês. Poderia aproveitar meu casamento, minha família, minhas amigas. Meu Deus! Eu veria Camila! Eu estaria nos braços da minha mulher por trinta maravilhosos dias.

- Tudo bem para você? – ele perguntou receoso.

- Claro! – sorri da melhor maneira possível. – Deus! – tirei o quepe passando as mãos no cabelo. – Você vai também? Arash e Bahira poderão ir? Meu Deus! Meu casamento!

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