Quantas flores conseguimos ver?

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☆Inspirado no livro: A Bailarina Fantasma

Marilourdes trabalhou com Dr. Augusto havia mais de vinte anos. Por ser seu emprego calava-se a cada desrespeito e quietava sua ousadia de não acatar as ordens, talvez absurdas, do patrão. Era verdade que seu chefe era o mais respeitado da cidade pela eficiência que apresentava, apesar de não respeitar nem aqueles que o ajudavam a conquistar esse legado. Marilourdes, conformada, orgulhava-se por si só por ser a secretária do melhor médico da cidade. Orgulho esse que vinha a ser ríspido e talvez até arrogante perto de seus vizinhos e próximos.

Ela pode ter aprendido as virtudes através da família, mas a convivência com os demais a afetou. O meio nos influencia e, em casos mais graves, é ele quem nos guia a sermos pessoas de má índole. Resta saber quem queremos nos tornar.

Às vezes, quando somos bondosos e elogiamos alguém - gesto que pode parecer estúpido comparado a tantas palavras que poderíamos dizer - recebemos outro em troca. Assim como quando xingamos e escutamos um xingamento. Nossas atitudes são como o vento: podem balançar as flores das árvores com sua brisa, ou arrancá-las brutalmente com uma ventania.

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