Seria solidão?

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Triste, sentei na cadeira da varanda. O porquê eu não sei. Ouvia o som dos carros e motos, da chuva suave e do vento bruxuleante. Talvez refletindo minha existência ou me questionando o motivo dela.

Naquele momento em que você imagina se suas escolhas tornaram seu rumo mais fácil (ou não?). Em que se pergunta se o que vivera foi o bastante ou se tudo o que prometera fosse cumprido, quais seriam suas outras decepções.

Quando sente que tudo fora um grande engano ou uma disfarçada mentira. Mas: e se for? Foi tão ruim? Quando o mundo te rebaixa ao nada e tudo pelo que passou é ignorado.
O mundo é o motivo. Onde ninguém te entende, talvez nem mesmo você.

Procurei minha cadela e companheira, cambaleando sua velhice e lhe afaguei. Acariciei-lhe e ela me olhou profundamente. A imitei e, nesse momento eu soube.

Quantas vezes pensamos estar sozinhos em uma cadeira de balanço onde o vento bagunça o pouco cabelo que nos resta e o sol permeia as rugas de nossa pele? Mas naquele momento foi diferente. Soube que não estava só. Ela me entendia e estava do meu lado para me mostrar este sentimento compartilhado e tão omitido por todos. Eu não era só mais uma dentro daqueles olhos, assim como ela não era para os meus.

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