Capítulo 3 - A Casa no Teixo

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Um raio de sol atingiu o rosto de Alfred fazendo com que ele despertasse, ele piscou algumas vezes antes de abri-los, respirou fundo e sentiu um cheiro familiar, cheiro de café. Mas não qualquer café, este estava sendo preparado por alguém muito especial.

Ao tentar se levantar, algo estranho aconteceu quando suas mãos tocam a superfície na qual ele repousava, ao invés, de sentir os macios lençóis de sua cama, ele sentiu folículos úmidos e lisos. Tomado pela curiosidade e pelo susto de não saber onde estava o jovem se levantou abruptamente e então contemplou o local, era um prado cheio de grama e uma árvore lhe havia servido de sombra. Aquilo lhe parecia confuso, mas sentir novamente o cheiro do café lhe tirou a atenção. Alfred então decidiu procurar o local de origem da deliciosa fragrância.

Ele caminhou alguns metros até perceber que a certa distância havia uma mulher, usava com um longo vestido branco, possuía volumosos cabelos loiros lisos e estava sentada sobre uma toalha de mesa cercada por guloseimas. Alfred seguiu na direção da estranha, a poucos passos de distância pergunta à mulher:

- Olá, você poderia me dizer onde eu estou?

A mulher virou, sua pele era tão branca que se assemelha a neve, seus verdes olhos ficaram mais belos quando ela respondeu com um sorriso:

- Que bom que você acordou querido, quer café? - ofereceu a bela dama estendendo uma xícara.

Alfred caiu de joelhos na grama, ele ficou paralisado diante da figura, seus olhos agora vermelhos anunciavam um choro, ele quase não acreditou que aquela mulher era sua mãe, Catharina. O jovem engatinhou, abraçou fortemente a mãe e desabafou:

- Eu senti tanto a sua falta, como pode estar aqui? Onde eu estou? Eu morri? - perguntou o rapaz já não contendo mais as lágrimas.

- Calma querido você não morreu, futuramente tudo fará sentido - reconfortava-o fazendo-lhe caricias.

De repente um vento gélido soprou, ela se afastou desfazendo o abraço, seu rosto agora expressava temor e receio.

- Filho, infelizmente não há muito tempo...

Novamente o vento soprou só que mais forte, o céu escureceu tomando tonalidade cinza, a grama e toda a vida verde que antes os cercavam desapareceram, dando lugar tonalidades mortas. Catharina pos a mão no rosto do filho e diz:

- Meu amor lembre-se dessas palavras... "o melhor caminho é a verdade".

- Mas o que isso significa, eu não entendi - perguntou o jovem aflito.

Com um sorriso ela respondeu:

- Você entenderá em breve...

Uma luz branca invadiu o local e fez tudo desaparecer.

A luz forte foi se dissipando aos poucos, ele piscou algumas vezes para se adaptar a luminosidade do novo local, que logo se mostrou bem diferente do anterior, ele estava em um quarto de hospital. Alfred olhou para os lados analisando o lugar, e viu a alguns metros Emilie dormindo em um pequeno sofá branco.

- Emilie, acorde! - gritou o jovem.

A moça acordou assustada, olhando para os lados como se alguém fosse atacá-la.

- Calma garota sou apenas eu, não precisa ficar assustada - explicava o irmão divertindo-se com a cena.

- Seu doido, quase me matou de susto, essa não é hora para brincadeiras - repreendeu Emilie demonstrando que via graça naquilo.

Alfred a olhou confuso e questionou:

- O que foi que aconteceu pra você estar tão seria?

- Você não se lembra de ontem à noite por acaso?! - respondeu a moça ainda aborrecida.

YGGDRASIL- A Saga dos Nove MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora