YGGDRASIL- A Saga dos Nove Mundos

Capítulo 21 - A Fuga

– O que isso quer dizer? Eu sou alguma espécie de aberração? – perguntou Alfred com expressão de agonia e confusão.

– Nada disso – Skuld tinha um olhar sereno – outra criatura também já foi assim, não sabemos ao certo a razão de ter o futuro oculto até de nós... a questão é, sua trama oculta seu futuro, e quando ela cruza tramas, como as de Thor, Odin e da própria Frigga – o olho de Skuld foi rapidamente até a deusa – bilhões de outros futuros, ficam ocultos, o destino é algo delicado, o tempo e o espaço não podem ser mexidos irrestritamente, em outras palavras, um desequilíbrio, um ato errado, pode culminar na destruição da própria realidade, do universo.

– Por isso – continuou Werdandi – nos assusta não ter conhecimento do destino de muitas criaturas, nós não existimos para definir o destino, mas sim para assegurar o equilíbrio universal e que a realidade não seja destruída.

O garoto começa a entender melhor, mas ainda estava muito assustado.

– Eu sei que o que mais assusta vocês nesse momento é o que Loki fará, porém isso não nos preocupa – falou Urd ao lado de Frigga – sabemos todos os possíveis futuros, com base em todos os atos que ele poderá tomar... mas você... seu destino misterioso lança sombras sobre o futuro dele também... é embaraçoso dizer, mas não podemos assegurar o futuro, pois ele some de nós.

– Imagine que você tem um trabalho, que consiste em verificar as cores de tecido, mas de repente você ficou cego, e mesmo assim tem que continuar seu trabalho – disse Skuld flutuando ao lado do jovem.

Era bastante informação, mas ele conseguia processar bem, ele ficou um pouco apreensivo com a conclusão que chegou, mas decidiu perguntar.

– As coisas que meu avô me falou, as que Frigga falou sobre o trono e agora isso... eu sou uma ameaça ao universo... eu... eu tenho que morre? – um nó passou pela garganta do jovem.

Skuld pousou no chão, ela era mais alta que Alfred e o encarando respondeu:

– Não, já dissemos que não decidimos o destino de ninguém, isso inclui o tempo de vida das criaturas, a razão de você está aqui é porque Frigga queria que você soubesse, de todos os seres do universo, o único cujo o destino não foi escrito pela Yggdrasil é o seu, nem rascunho ou possibilidade... – falou a norna sorridente.

– Isso não quer dizer que haja algo especial ou a mais do que dissemos aqui, apenas que ninguém pode prever ou dizer qual será seu futuro, ele depende unicamente de você – disse Werdandi se aproximando.

– Viu Alfred – agora era Frigga com o rosto iluminado por um belo sorriso – seu futuro não depende de ninguém, de quem você é filho, biológico ou adotado, seu destino é uma escolha sua...

Alfred sorriu e instintivamente abraçou Frigga, estava muito feliz, ninguém além das Nornas provavelmente, sabiam como ele estava se sentindo, tantas duvidas e agonias, e descobrir que sua mãe era uma criminosa, sua breve confiança em Loki, poderiam ser sinais de um possível tendencialmente natural ao mal. Mas isso era errado, seu destino lhe pertencia e ele seria o que quisesse, não importava o sangue de quem corria nas suas veias.

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Algumas semanas depois as coisas estavam bem diferentes, quase já não se falava no ataque, Thor estava trabalhando com os outros deuses em missões, porém voltava todas as tardes para supervisionar o treinamento de Ernst, o rapaz era o que estava com a maior carga, tinha de acordar pela madrugada, antes do café da manhã fazia uma corrida matinal de 300km e tinha de nadar pelo menos 100km no rio, após aulas de história universal, línguas, diplomacia, e hábitos e costumes, na hora do almoço ele estava com a fome de três leões, na ultima refeição comeu um leitão inteiro. A parte da tarde ele tinha treinamento com Heimdall sobre diversas formas de luta e estratégia e guerra, e após finalizava com exaustivos treinos com Thor, no qual o pai avaliava os conhecimentos aprendidos pelo herdeiro, bem como ajudava a desenvolver melhor suas habilidades.