Capítulo 7 - Fogo e Furia

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A família de Thor adorava viajar para a Noruega, principalmente quando Alfred tinha 10 anos, normalmente ele e seus irmãos tinham que se esforçar bastante para esconder seus poderes, o que era quase impossível quando as crianças eram irritadas, por isso sempre havia guardiões vigiando-os.

Thor possuía uma enorme fazenda na Noruega, o que fazia parte do disfarce de que eles eram imigrantes noruegueses, todos os anos nas férias das crianças eles viajavam para lá. Devido a grande quantidade de espaço e longe de centros urbanos os jovens não precisavam se preocupar com sua super força, super velocidade, em voar ou na manipulação de elementos.

Catharina corria pelo prado observando talvez o pega-pega mais colossal de todos, Emilie voando e criando leves rajadas de vento para derrubar Ernst que corria tão veloz, e tentando fugir de Thor que não estava se esforçando nenhum pouco para superar os filhos. Mas a elfa sentiu a falta de um, Alfred estava escondido em uma árvore no pomar a poucos metros de onde seus familiares estavam.

- Por que você não vai brincar com eles? - a elfa observava o garotinho no galho acima dela.

- Não estou com vontade, essa brincadeira é chata! - respondeu fitando o céu.

- Vem aqui - chamava Catharina de braços abertos.

Alfred saltou da árvore e pousou graciosamente no chão como se não pesasse nada.

- Você adora pega-pega, vive chateado porque não deixamos você e seus irmãos brincarem em casa e aqui onde não precisa se preocupar com seus poderes está retraído?

O garotinho abaixou a cabeça vergonhoso.

- O que foi meu amor, pode falar pra mamãe - insistia Catharina acariciando os cabelos negros do menino.

- Sabe mamãe... eu sou tão... fraco...

Catharina olhou-o surpresa.

- Mas porque está dizendo isso?

- Veja - apontou para onde seu pai brincava com os irmãos - Emilie voa tão alto e domina os ventos que ninguém consegue alcançá-la nos céus, Ernst e forte e rápido que fugir dele é simplesmente impossível e papai um grito dele o céu escurece e raios e trovões surgem, já eu...

Catharina Sorriu, passou a mão no rosto de Alfred e disse:

- Não se menospreze realmente você ressaltou os pontos fortes de cada um, mas se esqueceu de um detalhe, todos nós temos algo em que nós destacamos em que somos melhores, mas isso não nos faz superior ou inferior a ninguém, ao contrário, nos torna únicos especiais e principalmente coletivo. Separados somos bons, mas juntos somos ótimos - Catharina passou a mão sobre o chão e pegou algumas folhas - veja o que falta não é você ser bom na mesma coisa que seus irmãos e sim descobrir o que te torna diferentes deles, aquilo que você é bom - de repente as folhas na mão dela começaram a se misturar e a mudar de forma - podemos não ser fortes e ágeis como seu pai e seus irmãos, mas temos algo de especial também- as folhas se transformam e uma flor que ela pôs no bolso da camisa de Alfred.

Catharina deu um mortal de costa e pousou sobre o galho no alto, onde antes Alfred estava.

- não se esqueça, procure algo em que seja bom, não precisa ser igual a todos, aí é que está à graça, ser diferente te torna único, especial, valioso. Afinal nenhum deles pode ficar invisível.

- você pode ficar invisível mamãe? - questionava o garotinho todo eufórico.

- Sim, vamos brincar?- disse desaparecendo.

........

Um mar de escuridão infinita, cada vez mais fundo a alma de Alfred mergulhava ele sentia a morte o abraça-lo lentamente, era fria, mórbida, escura é tão apática, mas havia algo bom, confortável, amigável e de certo modo até familiar em estar morrendo, sem dor, sem tristezas, sem cobranças, sem ninguém... ninguém essa palavra pareceu ecoar como um grito naquele abismo submerso, Emilie, Ernst, onde estariam? Será que o procuraram? Estariam desesperados? E quanto ao seu pai o que faria ao saber da notícia, brigaria com Ernst afinal ele era o responsável por cuidar de Emilie e Alfred. Mas o rapaz não tinha culpa do que estava acontecendo. Naquele momento Alfred parecia estar tornado a consciência, ao se dar conta da situação ele abriu os olhos e teve um deslumbrante de Catharina lhe dizendo:

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