III - What Now

3.7K 256 184
                                    

I found the one, he changed my life
But was it me that changed
And he just happened to come at the right time
I'm supposed to be in love
But I'm not mugging

"Você arrebentou a minha cozinha!"

"Onde está meu whisky?"

"O que raios vocês disse a Rose? Por que ela está fazendo as malas?"

"Vá para o inferno, Hermione!"

"Nós já perdemos um filho, não vou deixar que você me faça perder a que me resta!"

Rose acordou sobressaltada, apalpando a cama desconhecida e abrindo os olhos tentando se localizar. Percebeu estar em um quarto pequeno e escuro. Dormia em uma cama de casal, com Summer em um colchonete no chão. Respirou aliviada quando reconheceu as cortinas douradas do lugar. Estava no apartamento de Albus.

A noite estava sendo um inferno, quase não conseguia pregar os olhos e, quando o fazia, acordava com lembranças ou gritos da noite anterior. Seu coração ainda doía ao se lembrar do choro de Hermione quando a viu sair de casa pela segunda vez na vida:

- Você não pode me deixar. Eu não aguento. – Ela disse, entre lágrimas, se colocando entre a filha, a neta e a porta.

Rose se obrigou a segurar a mãe pelo braço e, com os olhos cheios de lágrimas, prometer:

- Eu não estou deixando você, estou saindo de casa. Vai ser melhor assim, sem ver o papai todo dia.

- Ele vai entender, um dia ele vai...

- Mãe, não posso esperar. – Ela disse, abrindo espaço. – Eu preciso recomeçar. Recomeçar da maneira certa dessa vez.

É claro que não pretendia morar com Albus a vida toda, mas pediu abrigo ao primo pelo menos até que ela conseguisse um bom lugar para ficar. Ele, amando a prima como seu próprio irmão a amou, não disse não, lhe disse que poderia ficar o quanto tempo fosse necessário, mesmo que ela tenha aterrissado de surpresa no hall do seu apartamento segurando uma mala em uma das mãos e a filha de seis anos na outra.

**

A vida seguiu.

As semanas se transcorreram sem grandes novidades quanto ao caso de Hugo Weasley. Quase dois meses tinham se passado e, até aquele momento, nenhum suspeito havia sido apontado. A teoria de Scorpius Malfoy, por mais absurda que fosse, começava a se espalhar pelos corredores em conversas silenciosas, quase proibidas. Ele ainda não sabia, mas o medo estava se instaurando novamente: as pessoas, na falta de provas do contrário, começavam a acreditar na sua teoria.

Mas ele não tinha apenas um caso complicado no Ministério para desvendar; tinha, também, a sua vida para desenrolar. Sua cabeça estava uma confusão e seu coração, por mais duro que pudesse parecer, estava amolecido devido aos últimos acontecimentos.

Naquela manhã em particular, Scorpius percebeu que precisava de ajuda e, por isso, saiu do seu apartamento antes do horário para tomar café na Mansão Malfoy com os pais.

Era muito cedo e Draco ainda não tinha acordado. Mas Astoria estava de pé, preparando uma xícara de café por conta própria, se preparando para ir para o hospital.

- Filho! – Os olhos de Astoria se alegraram ao vê-lo diante de si, na porta da cozinha. – Que bom ver você! Andou sumido nesses últimos dias.

Scorpius se permitiu ser abraçado pela mulher, inspirando o mesmo perfume de lavanda que ela sempre usava.

- Desculpe, as coisas no ministério não estão fáceis. – Ele disse simplesmente, puxando uma cadeira e sentando-se à mesa.

Astoria fez o mesmo, olhando o filho de forma avaliativa. Ele parecia bem mais velho, maduro. E, acima de tudo, esgotado.

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora