XIII - The Scientist

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Tell me your secrets and ask me your questions
Oh, let's go back to the start
Running in circles, coming up tails
Heads on a science apart

Scorpius trilhava com certa tranquilidade o caminho que o levaria até o apartamento de Mandy. Eram em horas como aquelas que ele entendia como havia ido parar na Sonserina.

Ele conseguia ser frio e isolar seus sentimentos mais profundos se assim ele quisesse. Sentia-se até egoísta, mas não era algo que ele pudesse controlar; estava no seu sangue, impregnado em seu DNA e gravado a fogo em seu sobrenome. Era um Malfoy, afinal.

Mas isolar, e até mesmo ignorar, não era sinônimo de não sentir. Porque sentir era algo que Scorpius Malfoy fazia muito ultimamente, embora seus avós paternos, o peso do seu sobrenome – e até mesmo de seu cargo – e sua própria natureza o tivessem ensinado a fingir. E ele havia se tornado muito bom nisso.

Na verdade, Malfoy havia construído um muro tão sólido a sua volta que jamais imaginou que, algum dia, ele pudesse ser transposto. Ele era muito decidido e teimoso como apenas Astoria Malfoy havia sido um dia – quando insistiu que Draco Malfoy era o cara com quem ela devia ficar. E no dia em que Scorpius tinha pedido Mandy Wood em namoro, Scorpius tinha tomado uma daquelas decisões tempestuosas, decisões essas, que raramente ele costumava voltar atrás.

Há pouco mais de um ano, ele tinha decidido colocar uma pedra em seu passado. No dia em que Mandy Wood tinha se tornado sua namorada, ele havia jurado para si mesmo que aquela seria a mulher com quem ele iria se casar e construir uma família. Uma decisão estúpida, se pensada por qualquer um. Mas uma decisão sensata, se pensada pela mente de Scorpius, que estava cansado dos arrependimentos, das festas que sucederam sua chegada da Alemanha e todos os "E se.." que vieram logo após ele descobrir que Rose Weasley tinha desaparecido do mapa, exatos três anos depois de eles terem decidido terminar.

O que tinha mudado de lá para cá? Esse questionamento, que rondava sua cabeça desde que sua vida começara a desmoronar e se remoldar diante de seus olhos, voltou a assombrá-lo quando parou de frente para a porta do apartamento de Mandy naquele fim de tarde. Mas mais uma vez, ele não tinha paciência para esperar por uma resposta.

Decididamente, Scorpius ergueu a mão e bateu a porta de Mandy.

Ela não tardou a abrir e, internamente, ele imaginou que, talvez, ela estivesse atrás da porta apenas esperando que ele batesse.

– Scorp! – Ela exclamou, enlaçando seus braços ao pescoço dele, beijando seus lábios de leve.

Scorpius sorriu, correspondendo. Logo em seguida, os dois entraram, dispostos a seguir da mesma maneira que estavam: fingindo que tudo estava bem.

Quanto à resposta para a pergunta de Scorpius, quem sabe um dia ele a encontrasse. Talvez fosse, naquela noite, naquela semana, ou quem sabe em 30 anos. Ela já existia. Mas só se revelaria no momento em que Scorpius Malfoy perdesse o medo de enfrenta-la.

**

A cabeça de Rose estava perdida em pensamentos no momento em que ela aparatou no beco, próximo da escola de Summer. E por incrível que pudesse parecer, Scorpius não era a predominante. Ela estava sonhando com a sua loja, que seria inaugurada em poucos dias. Pensava nos quadros que Lily havia pendurado naquele dia, nas paredes cuidadosamente pintadas de verde e vermelho e, sobretudo, nas receitas que escolheria para enfeitar os balcões e travessas na tarde de inauguração, cuidadosamente escolhida para a primeira visita de Hogwarts ao vilarejo naquele ano letivo.

Caminhava tranquilamente, estava adiantada, como sempre. Sabia que chegaria em frente a escola e esperaria pela saída da filha por mais alguns minutos. E foi por isso que ela se permitiu diminuir o ritmo, mesmo que inconscientemente, enquanto decidia se pediria emprestada a receita de tortinhas de abóbora da avó para fazer uma adaptação.

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora