XXII - Time Like These

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I, I'm a one way motorway

I'm a road that drives away

Then follows you back home

I, I'm a street light shining

I'm a white light blinding bright

Burning off and on

Só havia chamas a sua volta. A garganta ardia e sentia seu braço esquerdo queimar em uma dor que nunca tinha sentido na vida. Pensava em Summer, em Rose. Pensava na vida que tinha perdido e naquela que estava prestes a construir. Sentiu náuseas quando, mesmo através da fumaça, reconheceu que o objeto que tinha passado por cima segundos antes de tratava de um cadáver completamente carbonizado. Se não tivesse estado com Rose minutos antes, teria se desesperado.

Clamou por Summer, por seu pai, por qualquer pessoa... Mas o único barulho que ouvia era o crepitar incessante das labaredas, que engoliam tudo a sua volta. O braço latejou mais forte, junto com uma forte pontada na cabeça. Não conseguia mais respirar e tudo o que via a sua frente eram borrões pintados de vermelho e negro.

- Summer. – Queria gritar, mas sentia sua voz presa dentro de si. – Summer. – Chamou outra vez, mas o resultado foi ainda pior. A sombra de um homem se sobrepôs sobre ele, carregando uma criança amolecida nos braços. No meio da visão nublada, reconheceu os cabelos vermelhos da filha. – Summer! Summer! – Tentou gritar mais e mais alto, mas ela não respondia. Tentou erguer-se de onde estava, mas algo o deteve preso ao chão, onde agoniava com a visão da filha sendo levada por aquele maldito homem de sorriso debochado.

- Scorpius. – Ouviu uma voz ao longe o chamando. Ignorou, voltando a chamar por Summer. Sentiu a voz presa na garganta e tentou erguer-se de novo. Falhou, mais uma vez, algo o segurava. – Scorpius, vamos! – A voz que reconheceu ser de uma mulher o chamou novamente. – Você precisa acordar. Vamos, acorde, querido.

Acordar. A palavra ecoava em sua cabeça sem fazer muito sentido, afinal, o que significava acordar? "Abra os olhos, seu idiota." A voz interior ordenou e Scorpius obedeceu, embora nada daquilo fizesse sentido. Fechou seus olhos para as chamas no casarão e, quando os abriu, estava em um quarto completamente branco e um pouco gelado com sua mãe debruçada sobre ele.

- Graças a Merlin. – A ouviu suspirar. – Fique quietinho aí e não durma de novo, Scorpius. Vou chamar o Dr. Scott.

Scorpius, então, percebeu-se em um quarto de hospital. O braço esquerdo, que ardeu profundamente enquanto esteve desacordado, estava enfaixado e preso ao pescoço. Pela dor que sentia, provavelmente o tinha quebrado. Passou a mão nos cabelos, encontrando outra faixa presa na cabeça, dessa vez, úmida com algum unguento. No mais, sentia o corpo dolorido e logo percebeu que as palmas das mãos estavam um pouco queimadas, cobertas com algum tipo de pomada esverdeada.

Astoria não demorou mais do que meio minuto pra retornar ao quarto, daquela vez, acompanhada de um homem que Scorpius só se lembrava de ter visto uma ou duas vezes nas visitas que fazia a Mandy no hospital.

- Que bom que acordou, Sr. Malfoy. Sua mãe estava atormentando meio hospital já, mesmo conhecendo todos os procedimentos necessários. – Gracejou.

Astoria o ignorou, sentando-se na cadeira ao seu lado e acariciando o seu cabelo.

- Como está se sentindo, querido? – Ela pediu.

Scorpius apoiou-se melhor na cama, procurando sentar-se:

- Um pouco dolorido e bastante cansado. – Ele respondeu em meio a uma careta. – Onde está a Sunny, mãe? Está com a Rose? Estão as duas bem?

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora