V- Stop Crying Your Heart Out

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Hold up
Hold on
Don't be scared
You'll never change what's been and gone

Naquela manhã do final de setembro, Victoire invadiu o apartamento em que Rose dividia com Albus. A loira parecia bastante animada e o pobre Remus parecia um fantoche nos braços desajeitados daquela mãe tão destrambelhada:

- Vamos, Rose! Você não vai acreditar no que eu consegui pra você!

A ruiva, que tinha as mãos enfarinhadas e o nariz um pouco sujo, olhou a prima um pouco assustada. Definitivamente, não esperava Victoire naquele dia.

- Por Merlin, Vic! Onde é o incêndio? – Reclamou Rose, limpando as mãos no pano que tinha próximo de si. – E segure esse menino direito, pelas pantufas rosas de Morgana!

Victoire se recompôs, mas ainda era incapaz de tirar o sorriso idiota que tinha no rosto. Rose até tentou convencê-la a falar do que se tratava, mas Vic não quis conversa:

- Eu preciso mostrar a você, ou nunca vai acreditar em mim!

Sendo assim, Rose não teve outra escapatória a não ser largar o que estava fazendo na cozinha de Albus e seguir Victoire. Levou consigo apenas uma Summer sonolenta e a estranha sensação de que algo bom pudesse estar prestes a acontecer.

Porém, sentiu o coração falhar uma batida quando, através da lareira da sala de Albus, eles pararam em um lugar que não era nada desconhecido para Rose.

Ela não colocava os pés naquele lugar há alguns bons anos, mas se recordava muito bem da última vez em que esteve em Hogsmead...

E da última vez em que bebeu uma cerveja amanteigada no Três Vassouras, há quase sete anos.

**

Hermione andava pelos corredores da maternidade do hospital – ala que coincidentemente tinha recebido o seu nome.

Não deveria estar ali, sabia disso, mas Hermione não suportava mais ficar em casa sozinha. A casa tinha ficado solitária, quase como se fosse habitada por fantasmas. E conviver com Rony naqueles últimos tempos, definitivamente, não estava dando certo. Ela estava sufocada. E se sentindo absurdamente fracassada como esposa, mãe e mulher.

Precisava fazer alguma coisa, ocupar um pouco a mente. E como ainda não tinham permitido que ela voltasse ao seu departamento, resolveu caminhar um pouco pela ala que tinha sido batizada com o seu nome logo depois da Guerra.

Tinha ouvido alguns comentários por aqueles dias que uma mãe adolescente tinha largado a filha recém-nascida no hospital. A criança, que tinha poucas semanas de vida, era cercada de cuidados por que tinha nascido prematura e tinha problemas respiratórios que inspiravam muita atenção.

Ela não havia sido convidada por ninguém, e nem precisava. Apenas sabia que deveria estar ali, prestes a fazer o que iria fazer. Quem sabe olhar para uma criaturinha tão inocente acendesse alguma fagulha e ressuscitasse a velha Hermione Granger que estava adormecida dentro dela?

Adentrou na sala em que os bebês ficavam em silêncio, toda vestida de branco e com um feitiço de proteção cobrindo a boca e o nariz. Não foi difícil encontrar o bebê, visto que aquela era a única criança que se encontrava envolta por uma proteção mágica realmente poderosa e bastante luminosa.

Hermione se aproximou devagar e quando olhou a criança, sentiu pena e dor. Céus, sua especialidade não eram bebês e, sim, a mente humana e os mistérios que cercam a perca de memória; mas até mesmo ela, que nada conhecia sobre o assunto, percebia o quanto aquela menina estava debilitada.

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora