XX - When You Look Me In The Eyes

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How long will I be waiting
To be with you again
I'm gonna tell you that I love you
In the best way that I can

A luz do sol invadia as grandes janelas do quarto, fazendo com que Scorpius escondesse o rosto em meio às cobertas, protegendo os olhos. Mas, apesar da claridade tão rara e incomum, o cheiro da relva molhada que subia dos jardins anunciava que a tempestade da noite anterior tinha sido real. Esse pensamento fez com que ele estendesse os braços para o lado, esperando encontrar o corpo quente da mulher com quem passara a vida sonhando. Mas a única coisa que achou foi o vazio dos lençóis desarrumados ao seu lado.

Sentou-se na cama de súbito, chegando a imaginar que tudo aquilo não tinha passado de um sonho. Mas as lembranças estavam nítidas demais para tudo não passar de uma ilusão. Se fechasse os olhos, com toda a certeza, conseguiria imaginar as mãos de Rose pelo seu corpo, da mesma maneira com que ainda sentia o seu perfume tomando conta de todo o quarto.

Quando a verdade caiu sobre ele, ergue-se da cama e vestiu-se com as roupas do dia anterior. Era óbvio que ela fugiria, que ela não ouviria o que ele tinha a dizer.

Saiu do quarto as pressas. O único brilho de esperança que tinha se esvaiu quando abriu a porta do quarto de hospedes e o encontrou impecavelmente arrumado. Nem mesmo Summer estava lá.

Em uma fúria colossal, que ele parecia não ser capaz de dominar, Scorpius desceu as escadas que o levariam para a sala de jantar, onde o pai deveria estar lendo o jornal. Precisou parar no meio do caminho para controlar seu estado. Ouviu a nítida risada da filha acompanhada da voz de Draco Malfoy. Scorpius soltou um longo suspiro: ao menos ela tinha ido se esconder sozinha, não faria com que Sunny pagasse por isso.

– Tio Scar! – Ela bradou, assim que o viu. – Achei que você não ia mais acordar. – Ela brincou, com um sorriso sapeca, arrancando gargalhadas de Draco e, também, de Astoria, que, incrivelmente, ainda não estava no hospital.

– Me desculpe, pequena. – Ele falou, gentilmente, sentando-se ao seu lado na mesa. – Fazia algum tempo que eu não tinha uma boa noite de sono. – Ele deu uma boa olhada em volta certificando-se de que, realmente, Rose não estava mais ali. – E a sua mãe, onde está?

Summer segurou o copo de suco de abóbora com as duas mãos, levando-o a boca e dando longos goles. Em seguida, educada, limpou a boca no guardanapo, virando-se para Scorpius:

– Ela teve que ir pra loja e disse que você podia me levar depois.

– Ela saiu daqui bastante atrapalhada, devo dizer. – Draco comentou, olhando efusivamente pra Scorpius, que baixou os olhos. – Mas devem ser os deveres da nova loja, com toda a certeza.

– De qualquer maneira, foi muito bom passar mais algum tempo com essa garotinha adorável. – Astoria interveio. – Infelizmente, já está na hora de ir ao hospital, mas antes queria lhe dar um presente, Sunny.

Scorpius riu ao ver as bochechas da menina avermelharem.

– Não precisa de nada, tia...

– Oh, não diga uma coisa dessas, menina. Ninguém recusa um presente meu. – Astoria brincou, levantando-se. – Vamos à biblioteca, tenho certeza que tenho algo lá de que você vai gostar muito.

Summer aceitou o convite, partindo com ela de mãos dadas e, consequentemente, deixando Scorpius e Draco sozinhos. O que quase nunca era uma coisa muito boa.

– Então... – Ele fechou os olhos ao ouvir a voz do pai. – Eu achei que vocês não estavam juntos.

Scorpius crispou os lábios e respondeu de má vontade:

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora