XXIII - Sweet Child O'Mine

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ALGUNS MESES DEPOIS

Um tempo relativamente curto tinha passado desde que Scorpius se descobrira pai. Era dolorido pensar nos sete anos que perdeu da vida daquela adorável garotinha que, hoje, ele chamava de filha. Por isso, preferia não pensar no tempo perdido, e sim viver o presente, lembrando-se que apesar de os sete anos primeiros anos de vida da filha serem uma enorme lacuna em seu coração, ele ainda teria o resto da sua vida para compensar.

Rose e ele estavam bem: ela, tocando o café, que em pouco tempo se tornou um estouro entre os mais jovens; e ele trabalhando com Albus no escritório de aurores.

Scorpius tinha pensado muito quanto a decisão de convidar Rose para viver com ele, pouco após o incêndio no casarão dos Parkinson. Por um lado, sentia que não queria mais perder tempo, que já o tinham desperdiçado demais e gostaria de passar o máximo de tempo possível perto de Summer. Por outro, temia estar colocando os trestálios à frente das carroagens, que Rose o achasse precipitado, acima de qualquer coisa, e que o relacionamento deles não estivesse pronto para aquele passo.

Mas as coisas aconteceram eventualmente, sem que houvesse qualquer planejamento.

Rose havia ido deixar Summer no apartamento dele, para passar a noite com ele, visto que teria a manhã de folga. Ele insistiu para que ela ficasse, jantasse com os dois e, mais tarde, então, fosse embora. Rose aceitou, mas quando juntou sua bolsa para ir pra casa, os lábios de Summer tremeram e imploraram para que ela não fosse. Rose até estranhou, pois Summer nunca teve problemas para dormir fora de casa, mas acabou cedendo. Naquele momento, Scorpius conheceu o lado manipulador da filha: Rose precipitou-se para abraçar a criança. De costas para Rose e com os olhos brilhantes fitando o pai, Summer sorriu, fazendo um sinal de positivo para o pai. Entendendo a deixa, sem saber se devia concordar com aquele tipo de comportamento ou não, disse para Rose que ela poderia ficar. E ela ficou.

De uma maneira totalmente simples e sem constrangimento, Rose começou a passar as noites de sábado para domingo no apartamento dele e, mais tarde, a noite que precedia suas folgas. Às vezes Scorpius aparecia de surpresa no café à noite, sugerindo inocentemente que os três fossem jantar fora, tomando o caminho do apartamento dele como automático depois. Em menos de dois meses, Rose deu-se conta de que vivia mais na casa de Scorpius do que no anexo atrás do café. E foi após esse comentário dela, quando estavam na cama, horas após Sunny já ter dormido no quarto ao lado, que Scorpius deixou escapar o convite:

- Acho que vocês deviam se mudar para cá.

Rose o encarou, os lábios levemente entreabertos pela surpresa:

- Você quer que eu e a nossa filha nos mudemos para a sua casa? – Rose perguntou, ainda aturdida. – Você tem noção, exatamente, do que está me propondo?

Scorpius piscou, de repente dando-se conta do tamanho daquela responsabilidade. Morar junto não era exatamente um pedido de casamento, mas era muito próximo disso. Inspirou profundamente, segurando as mãos geladas da ruiva por cima dos lençóis:

- Se com noção, você quer me perguntar se eu tenho ciência de que estou pedindo pra você morar comigo, que se torne definitivamente minha mulher e, de quebra, traga nossa filha para que juntos possamos tentar construir uma família, uma só nossa, só com nós três, sim, eu tenho noção exatamente do que eu estou pedindo a você, Rosie.

Scorpius comprimiu os lábios ao ver os olhos azuis elétricos dela marejados:

- Scar... – Ela murmurou, emocionada. – Eu quero, quero muito! Mas você acha mesmo que estamos prontos para um passo tão importante? Quero dizer, é uma decisão que vai refletir diretamente em cima de Summer e...

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora