XVI - Save Me

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Loving you like I never have before
I'm needing you just to open up that door

If begging you might somehow turn the tides
Than tell me too I've got to get this off my mind

Quando Hugo a encontrou naquela manhã, Rose estava sentada sobre a cama, de costas para a porta e encarando as vidraças que davam para os jardins. Ela tinha os ombros encolhidos e suas mãos pousavam delicadamente sobre a barriga ainda inexistente. Aos seus pés, o malão, que antigamente ela levava para Hogwarts, estava repousado.

– Então é mesmo verdade? – Ele questionou, aproximando-se dela. Rose virou-se para o irmão com os olhos azuis brilhando em lágrimas. – Eu fico duas semanas fora e, quando eu volto, minha irmã está grávida e prestes a se mudar. É isso mesmo?

Assim que Hugo sentou-se ao seu lado, ela jogou seus braços sobre ele e desabou, o peso de todos os acontecimentos dos últimos dias novamente se fazendo presente. Como ela já esperava, o pai não a apoiou. O tempo todo ficava fazendo exigência que ela não queria cumprir e a acusando de ser uma irresponsável. O jogo psicológico, porém, tinha chegado ao ápice na noite anterior, quando Ron tinha lhe dito coisas terríveis, que a fizeram, então, optar por aceitar a proposta de Victoire e Dominique.

Se já estava sendo um inferno aguentar as primeiras semanas naquele clima, os meses que se seguiriam não seriam mais fáceis. E, não bastando tudo isso, ela ainda precisava aprender a conviver com a ausência de Scorpius.

– Foi horrível, Hugo! – Ela se lamentou, ao se afastar. – Papai só sabe me insultar e a mamãe o rebate o tempo todo. Eles estão brigando mais do que nunca e a culpa é toda minha! Estão todos com pena de mim, até mesmo tio Fred e tia Angelina vieram conferir se o meu estado de saúde era real.

Ele afagou os cabelos da irmã. Embora as discussões e implicâncias de irmãos sempre existissem, o companheirismo também se fazia presente quando era necessário.

– Tente ficar calma, você não pode ficar nervosa desse jeito no seu estado. – Ele ralhou com ela, sem tirar suas mãos do cabelo da irmã. – Você não está nem se cuidando. Mamãe disse que você não sai do quarto nem pra comer e que mal toca na comida que ela faz.

– Eu não tenho fome. – Ela disse, recebendo um revirar de olhos do irmão.

– Você é burra ou o quê, Rosie? – Hugo rosnou. – Se você quer fazer com que tudo o que você está passando valha a pena, é melhor começar a se cuidar. É uma vida que tem aí dentro! Vai colocar tudo a perder por mais uma irresponsabilidade sua?

Ela encarou o olhar firme do irmão, parecendo, então, cair na real.

– Oh! Hugo. – Ela tentou reprimir as lágrimas. – Está insuportável. Papai me disse coisas que não saem mais da minha cabeça. Tive pesadelos a noite toda com ele apontando o dedo pra mim.

Hugo, então, a segurou pelos ombros.

– Eu sei de todas as coisas que o papai disse, a mamãe me contou assim que coloquei os pés dentro de casa. – Ele explicou pausadamente. – E, sinceramente, não acredito em uma palavra do que ele disse. Você sabe, sim, quem é o pai desse bebê. Só não quer contar.

Ela abaixou os olhos, envergonhada. Hugo sabia do que dizia, ele a conhecia bem demais. Foi naquela conversa que ela percebeu que, por mais que se negasse a contar a verdade sobre o pai de Summer, Hugo já sabia de tudo antes mesmo de ela abrir a boca.

– Conselho se fosse bom, era vendido. Mas como eu sou muito bonzinho, vou dar um pra você. – Ele disse, minutos mais tarde, quando a irmã já estava mais calma e tinha a cabeça apoiada em seu colo. – Você deveria contar ao pai do seu bebê. Ele tem responsabilidades tanto quanto você Rosie. Você não precisa passar por tudo isso sozinha.

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Onde histórias criam vida. Descubra agora