Capítulo 23

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            A mente de Rachel dava voltas. Amarrada à cabeceira de uma cama, assistiu Neal sair sob o olhar da loura com quem vinha se encontrando. Ela tentou entender, mas tudo era confuso demais. Neal disse ir procurar o seu diamante, pedra a qual John não fazia ideia que estava em sua posse. A ideia, apenas uma mínima possibilidade, de Neal ter se aliado a John era um absurdo tão grande que ela a descartou sem muito pensar. Ficou ali, amarrada a uma cama e podendo apenas observar seu pai andar em círculos.

Ele olhava em todas as direções e parecia nada ver, não focava nenhum objeto. Parecia nervoso, mas não gritava nem manifestava seu desagrado de nenhuma forma. Aquele silêncio parecia tornar o tempo mais longo e o ar mais pesado. Rachel perguntava-se quem era aquele homem e como ele podia ser tão igual e, ao mesmo tempo, tão diferente, daquele homem com quem aprendeu a andar, falar e matar.

- Porque me encara assim, Rachel? Me olha como se eu fosse um fantasma.

- É que não te reconheço. Tento colocá-lo no papel de meu pai e não consigo. – Ela deu um riso triste. – Apontar uma arma para minha cabeça não ajudou muito nisso.

- Não se finja de sensível. – Havia decepção na forma como John encarava a filha. – É...talvez você agora seja sensível. Nada mais me surpreende. Desde que Neal entrou na sua vida você não é mais a mesma.

John Turner desejava irritar Rachel, mas estava num raro momento de sinceridade. Não esperava que Rachel, após lhe ser completamente fiel, fosse capaz de voltar-se contra ele para apoiar Neal. E mesmo agora percebia que ela tinha uma lealdade bem maior ao marido do que ao pai.

- Está cometendo um erro, Rachel. Neal não é fiel a você. Ele te largou ao primeiro sinal que não era tão controlada quanto parecia. E Verônica não teve muita dificuldade para envolvê-lo. Neal me trará a pedra.

- Isso é mentira, papai. Se tivesse Neal ao seu lado eu não estaria aqui lhe servindo de refém. Posso até ter mudado, mas não perdi o raciocínio rápido que tanto você elogiou no passado.

- Pode ser, querida filha, pode ser. Mas o resultado é o mesmo. Neal sabe que eu falo sério e se quiser manter viva a mamãe de seus filhinhos, me trará a pedra.

- Neal não sabe onde ela está. – Havia escondido a pedra no fundo falso da terceira gaveta de sua mesa no FBI. Ninguém além dela e de David tinham essa informação. – Pode me matar agora mesmo se é isso o que espera, John.

- Não me teste Rachel.

Enquanto isso, Neal tentava imaginar onde e como Rachel escondeu seu diamante. Sua esposa era uma mulher meticulosa, perfeccionista e organizada. Rachel planejava cada passo. E se ela queria esconder o diamante, precisava pensar como ela. Ele seguiu direto para o lar que temporariamente ele deixou. Com Verônica no seu encalço começou a procurar, centímetro por centímetro, não poderia deixar nada escapar. A loura acreditava que ele tentava encontrar pistas que levassem ao diamante, não imaginava que a pedra poderia estar escondida ali na casa. Um rápido pensamento passou por sua cabeça e ele o dividiu com Verônica.

- Estou roubando minha própria casa. Isso é um pouco além da minha capacidade de pensamento.

- Então não pense, querido Neal. Apenas roube. – Verônica respondeu.

O tempo passou e Neal nada encontrou. Estava nervoso. Já tinha revistado casa e não havia encontrado a pedra ou nenhuma pista. Verônica também mexia em tudo e ele temia que por azar fosse ela a ver o diamante. Esse seria o fim de Rachel e dele também.

Diaba Ruiva: Passado ReveladoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora