Capítulo 11

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             Peter deixou a esposa e as filhas em casa para conversar com Neal. Obviamente, havia um motivo. Nohan era o assunto. Quando procurou a embaixada inglesa para pedir auxílio na caçada a um suposto terrorista, esperava poder contar com sua ajuda. Nohan foi muito além. Ele não ajudava, comandava ao seu jeito. E parecia ter ao seu lado pessoas importantes. Quando da definição da sentença, Peter ficou temeroso de como colocar na prática o dito pela juíza. No parecer estava escrito que Rachel deveria trabalhar no FBI a contar do dia seguinte, fazendo uso de rastreador eletrônico e sob rigorosa vigia policial. Fácil de cumprir não fosse ela precisar de tempo para se recuperar do parto e Helen necessitar dos cuidados da mãe.

            - Bom...não é o ideal, mas diante dos nossos problemas acho que não ter uma ‘licença maternidade’ será irrelevante para Rachel. Ela está precisando do convívio no trabalho. E vamos nos esforçar para dar conta de Helen nisso tudo. – Neal respondeu oferecendo uma cerveja ao amigo.

            - Foi o que eu pensei. Mas Nohan resolveu interferir novamente. E isso já está me irritando.

             Enquanto bebiam, Peter contou da estranha ligação de Stone minutos após ele chegar em casa do hospital. O inglês argumentou que no despacho da juíza não constava Rachel cumprir horário na sede do FBI. E que, por tanto, ela poderia trabalhar em casa, considerando sua condição. 

            - Amanhã cedo teremos uma reunião no FBI e depois Rachel terá o que Nohan chamou de ‘jornada flexível’, pelos próximos quatro meses.

            - E você não gostou disso?

            - Neal, não me entenda mal. Também tenho um bebê em casa. Sei o tanto de atenção eles exigem. É a interferência de Nohan que me incomoda.

            - A nós também.

            - E enquanto Nohan se exibe para Rachel, Thomas Carter está solto em algum lugar dos EUA, armando seu próximo atentado. Ele não vai esperar Helen se tornar mais independente para atacar.

            - Com isso não se preocupe, Peter. Aqui ou no FBI, Rachel irá se dedicar ao caso. Thomas Carter que se cuide. Logo estaremos em seu encalço. 

            Alguns goles de cerveja depois, a conversa tomou rumos mais amenos. Peter estava feliz por eles. E ainda mais por George. Aquele garotinho vinha sentindo a falta da mãe. Já Helen agora teria uma infância normal...ou quase. A atenção do chefe de divisão no FBI foi atraída para a parede da sala. Lembrava-se daquele quadro e, principalmente, da confusão causada por ele. Era uma replica impressionante.

             - Bela cópia do Les Noces de Pierrette. Você tem talento, Neal. Aos meus olhos, parece idêntico ao de Picasso. – Disse ao amigo sem imaginar que estava de frente para o verdadeiro quadro.

            - Obrigada, Peter.

            Enquanto isso, no quarto de George, Rachel matava a saudade de ter o filho em seus braços. Há tempos ele já não era um bebê. Mas continuaria sempre sendo o seu garotinho sapeca e esperto. Comprado por Mozzie, o quarto era pensado para divertir e instigar uma criança. Muitas cores e itens que despertavam a curiosidade. A cama ficava no alto, tendo escada e escorregador para subir e descer. Qual criança não gostaria de viver num lugar assim? Ao lado, uma pequena mesa, à altura do morador, com muitos livrinhos e DVDs infantis. E, por fim, uma parede toda branca, revestida com material de fácil limpeza. Era um imenso quadro branco esperando por todos os desenhos que a criatividade de George pudesse criar.

             - A Helen pode escorregar comigo, mamãe?

            - Só quando ela crescer. Por enquanto Helen só come e dorme pra ficar forte.

Diaba Ruiva: Passado ReveladoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora