†Capitulo 03†

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Não sabia mas o que fazer, já está de noite, já gritei por socorro, o sinal do celular aqui cai toda hora, não da para ligar para ninguém, o que eu faço? Se eu ligar para a polícia, vão achar que eu sou uma maluca ou que eu matei essa pessoa, uma pessoa morta em uma floresta que sempre venho e ainda a alguns metros de distância de minha casa. Já tentei escalar não adianta, eu escorrego e não para de chover des de que cheguei. Estou com muito frio, não estou aguentando, vai ser a policia para quem vou ligar. Pego meu celular que esta com a bateria quase acabando e ligo para a polícia.
-Polícia de Detroit, o que deseja?- uma voz doce de uma mulher me atende.
-Olá, eu preciso de ajuda, eu cai em um barranco e não consigo mas sair e tem... um corpo morto, de alguém... eu não sei de quem é, moça me ajuda eu estou com muito frio, estou des de cedo aqui, estou encharcada, muito molhada.- disse eu desesperada para sair desse lugar.
-Senhora se acalme, só me diga onde você está?- disse ela calma.
-Estou em uma floresta um pouco perto da escola School Rose Madison.- disse eu tentando me acalma.- por favor moça, vem logo!

•§•§•

Cheguei na delegacia, depois de uma hora a polícia me achou, graças a Deus. A polícia disse que queria o meu depoimento do que houve, de como achei o corpo e eu pedi para ligarem para minha mãe, que deve estar muito preocupada. Pela a minha sorte acho que não pensaram que eu tinha enterrado aquele corpo lá, também se eu tivesse enterrado acho que não estaria lá. Estava dando o depoimento ate que vejo Edy chegando. Edy?
-Edy? O que faz aqui?- pergunto surpresa.
-Como moro perto daqui, sua mãe pediu para eu vir logo, enquanto ela não chegava.- disse ele me dando um abraço, fiquei nos braços dele, acho que a polícia deve está pensando que ele é meu namorado. Mesmo assim continuo nos braços dele, precisava de um ombro amigo. Até que chega um homem e eu saio do abraço.
-Senhor?- falou ele para o delegado.
-Sim, Douglas.- falou o delegado.
-Reconhecemos o corpo, a identidade estava na roupa da pessoa.- disse o homem entregando a identidade para o delegado.- se chama Diana Black.- quando o homem disse isso, eu olhei para Edy e Edy olhou para mim. Meu mundo caiu.
-Espera delegado, acho que conheço ela.- disse eu meio abalada.
-Venha então, mostrarei o corpo da mulher.- falou o homem pedindo para que eu o seguisse, tirei a manta que me deram para me aquecer e fui atrás do homem, ele entrou na sala, tem alguns corpos, até que ele chegou perto de um e destapou o rosto. Era ela mesmo, Edy esta atrás de mim e eu nem tinha percebido.
-Não acredito.- disse ele.- é ela.
-Era ela.- falei com lágrimas nos olhos.
-Conhecem ela?- perguntou o homem.
-Sim.- disse eu.- ela era a nossa amiga da escola.- disse eu meio triste, as pessoas agora que eu conheço estão morrendo, é isso?
-Por isso ela ando faltando aula, vou ligar para os pais dela.- disse Edy saindo da sala.
-É acho... que vou sair também.- disse eu saindo de lá e voltando para onde eu estava e vi minha mãe chegando.
-Minha filha, o que aconteceu?- disse minha mãe me abraçando.

•§•§•

Estamos no enterro de Diana, ela era uma boa amiga para mim, não era daquelas que são grudadas 24horas por dia, mas ela morreu né e estudava na minha escola. A gente conversava, éramos colegas por assim dizer. Não queria mas fica aqui, olhando todos aqui chorando, eu estou chorando porque estou lembrando muito do meu pai e lembrando que duas pessoas que eu conheço morreram em tão pouco tempo, é muito para processar. Não aguentei mas fica ali e sai, algumas pessoas me olharam e outras ficaram como estavam.
Não estava aguentando mas fica ali, vi uma árvore e sentei nela, o dia esta nublado, esta muito deprimente hoje. Só foi eu pensar e começou a chuviscar, sinto uma mão me tocando, viro para trás rapidamente e é Edy.
-Oi.- disse ele.
-Oi.- disse eu. Não queria muito conversar, mas queria desabafar com alguém, não sei se é o momento certo.
-Como você esta?
-Mal, estou em um enterro, acha que eu estaria como?!- falei choramingando, só andei lembrando do meu pai des de que sai de casa.
-Não chore.- disse ele me puxando para um abraço, eu retribui o abraço. Ficamos ali por um tempo, até eu ver que já estavam indo enterrar-la.
-Vamos para lá.- disse eu apontando para a onde estavam a enterrando.
-Vamos.- disse ele me puxando.
Fomos para lá e começaram a jogar flores, eu joguei uma rosa branca, é a preferida dela. As vezes fico pensando se somos colegas ou amigas, já fizemos tantas coisas juntas, mas depois de um tempo ela foi se afastando, me disseram que não identificaram a causa da morte dela, duvido muito estam escondendo algo da gente.

•§•§•

Bom hoje é o meu segundo dia de aula e só em pensar que o meu primeiro dia não foi bom, imagina o segundo, mas preciso estudar. Bom me arrumo, boto um all star preto, uma blusa de manga longa branca, uma calça jeans preta, penteio o meu cabelo e faço um rabo de cavalo; pego a minha mochila e desço as escadas da minha casa. Não vou tomar café, minha mãe está acordada, minha irmã não, preguiçosa vai ser atrasar.
Minha mãe me viu e falou.
-Bom dia.
-Bom dia mãe.- disse eu com um sorriso meio forçado.
-Vou acorda sua irmã, se não ela vai se atrasar.- disse minha mãe dando um beijo na minha bochecha e subindo as escadas.
Não quero tomar café, estou sem fome, pego uma maça e saio de casa. Não quero que minha mãe me obrigue a tomar café, então saiu de fininho. Anda a pé até a escola é entediante, sem ninguém para me acompanhar. Sempre foi assim, por quê mudaria?

•§•§•

Cheguei na escola avistei Edy, chamei pelo nome dele, ele veio até mim.
-Oi.- disse ele.
-Oi.- disse eu, falamos fazendo o trocadilho da mão.
-Então que ir numa festa?- disse ele meio alegre.
-Não, primeiro que ontem foi o enterro da nossa colega, segundo não to com animo de ir em festa.- disse eu desanimada.
-Ah, mas não vai ser uma festa assim, do jeito que esta pensando, vai ser na minha casa de praia, meus pais deixaram e para os meus pais deixarem disse que não vai se uma festa de arromba. É só para os nossos amigos, pode se considerar ser só uma diversãozinha que você esta precisando, porque uma festa não tem pouca gente assim.- disse ele rindo.
-Ta bom, vou só porquê é em uma praia e porque não vai ter muita gente.- disse eu.
-Ta, vamos na sua casa depois da aula e ai você pega o que quiser. Vamos avisar ao pessoal que veio.- disse ele explicando tudo.
-Ta bom.- disse sorrindo.

No lado das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora