†Capítulo 02†

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Entrei na sala do diretor e ele me olhou sério.
-Você espancou uma aluna dessa escola, você acha que aqui é o que?- ele me perguntou como se eu fosse uma criança.
-Me desculpe senhor diretor, mas tive razões para fazer aquilo.- falei zangada.
-Como o que?- perguntou confuso.
-Espera, ela não disse o porquê que eu bati nela?- falei seríssima, ela deve ter feito de coitadinha.
-Não, só disse que estava passando pelo corredor e você foi agressiva.- o que?
-Diretor você acha que eu estou maluca de sair batendo nos outros igual uma doente. Ou você é ingênuo ou só porque Marta tem pais ricos você não a boto na diretoria, tem dois lados da história, e eu tenho testemunhas.- falei batendo na mesa dele.
-Abaixe o tom mocinha, olhe como fala comigo.- falou se levantando da cadeira.
-Sabia que o meu pai morreu?- eu falei segurando as lagrimas.- e eu estava quieta no corredor, aquela garota veio e falou "Voltou dos mortos e deixou o papai na cova querida", eu confrontei ela e ela disse ainda rindo "só porque esta de preto acha que me causa medo? O menina dos mortos. É assim que vou te chamar, seu pai morreu e você se veste como uma menina estranha?!" e você acha que eu ficaria quieta? A já sei o que você vai dizer, que eu deveria ter vindo na diretoria, mas ia adianta? Você não ia fazer nada mesmo, mas quando ela veio falar com você, você logo veio enxer meu saco.- eu disse gritando.
-Expulsão para você menina. Saia da minha sala agora.- disse ele gritando apontando para porta. Sai da porta bufando, passei pelo corredor e vi Marta sentada com as duas meninas fazendo curativo, passei por ela e ela me viu e fez tipo uma cara de "voce se ferrou" e eu disse.
-Vou te ferrar sua vadia, não pense que tenho medo de você, porque quem tomou a surra não foi eu e se eu quiser te dou outra.- disse eu dando um empurrão que fez ela bater a cabeça na parede. Sai andando nos corredores e Edy está na sala de aula, ele me viu e sai andando ate a porta da saída.
-Ellen.- olhei para trás é Edy.
-Você não estava na sala?- perguntei.
-Pedi ao professor para ir no banheiro.- disse ele.
-A ta.
-E ai? O que aconteceu?- perguntou preocupado.
-Fui expulsa.- disse.- e logo no primeiro dia que eu voltei.
-Por que você foi arrumar briga com aquelazinha em? E agora?- disse ele revoltado.
-Calma, vou dar um jeito.- disse pensando em o que fazer.- vou te esperar aqui ate você sair das aulas.
-Se você sair da escola não vou ter mais amigo nenhum.- disse ele zangado, eu em, nunca o vi assim.
-Tem a Alycia, o Jeremy e o Matheus.- disse tentando deixar ele calmo.
-Eles não são meus amigos, eles são seus amigos.- disse ele.
-Calma, vamos da um jeito.- disse eu passando a mão pelos cabelos.
-Espera ai que eu já volto.- disse ele se virando.
-A onde vai?- perguntei preocupada.
-Já volto, fique ai.- ele disse saindo, fiquei esperando ele, passou alguns minutos e ele não saiu. Então sentei até que ele chegou, levantei e disse.
-Onde estava? O que você fez?- perguntei tudo de uma vez.
-Estava na diretoria e conversei com o diretor. Ele tirou sua expulsão, disse que amanha pode voltar para as aulas.- disse Edy orgulhoso do que fez.
-Como?- perguntei feliz.
-Tenho os meus truques Stewart.- disse irônico.
-Odeio quando me chamam de Stewart.- disse meio zangada.
-Eu sei.- disse ele e o diretor esta vindo ate nós.
-Edmundo, você não deveria estar na sala?- perguntou o diretor.
-Sim senhor, Ellen pode me esperar ate a hora da saída?- perguntou Edy, eu balancei a cabeça positivamente e Edy saiu para a sala.
-Bom Stewart, vim te pedir desculpas por a atitude de Marta, foi bem errado o que ela fez, você também não esta totalmente certa, mas... Vou te dar uma chance.- disse o diretor, nossa o que Edy fez ta melhor que encomenda.
-Tudo bem senhor diretor.- disse e ele saiu.- nossa que cara chato e agora vou ficar aqui sozinha.- disse sentando no banquinho.

•§•§•

Edy saiu da sala, junto com todos.
-Ate que enfim, já estava entrando em depressão de tanto te esperar.- disse eu.
-Desculpa, por mim eu já tinha saido maior tempo, é o professor que decide.- disse ele.
-Então, como foi a aula Edmundo?- disse rindo.
-Ha,ha,ha não tem graça!- disse ele fingindo esta rindo.- não sei porquê esse diretor chama as pessoas com os nomes que menos gosta.- é verdade é tão ruim quando o diretor faz isso.
-Mas Marta, ele chama de Marta.- disse eu.
-Porque ela é de alta classe.- falou.
-É, vamos embora, vou com você ate ao ponto.- disse eu e saímos do pátio. Fomos para a rua, ate o ponto de ônibus, nós conversamos muitas coisas, faz muito tempo que nós não nos falamos, chegamos ao ponto.- Tchau, agora vou ter que andar mais ainda, que preguiça.- disse eu esticando os braços.
-Larga de preguiça, tchau.- disse ele e fizemos aquele trocadilho que alguns amigos faz, soco e tapa na mão, me virei para ir embora e vi que ir ate em casa a pé seria tediante, peguei meu fone e meu celular, botei em uma música e comecei a escutar e também a cantar. Até que senti um cutuque e depois um puxão no braço. Me virei e é Harold, o que? Ele apontou para os meus fones dizendo para tirar e eu tirei.
-O que foi?- disse eu.- e me solta.
-Só vou te soltar quando você me escutar.- ele disse, Harold é bonito, não é aqueles galãs de novela, mas é bonito, fiz um gesto dizendo que estou esperando ele dizer algo.- por favor, eu não aguento mas ficar longe de você, me perdoa, não fui eu que beijei a Kimberly, foi ela.- ai nossa coitado.
-Mas você retribuiu, agora me larga.- disse eu me soltando dele.
-Eu sei que você me ama, por favor me perdoa.- disse ele se ajoelhando.
-Uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu não perdôo traição, você só quer me usar.- disse eu vendo ele no chão e lembrei do sonho que eu tive. -Ah! Se levanta, está passando vergonha. Se valorize.- disse eu tentando o levantar.
-O que aconteceu com você? Esta tão fria.- disse ele se levantando.
-Nossa você está desatualizado.- disse eu em deboche.- meu pai morreu, pensei que você tinha me ligado pra isso, pra tentar voltar comigo no meu momento de fraqueza; mas não adianta mais, você fez eu abrir os meus olhos, você não presta e até que eu te amo mas eu não vou perdoa e se você me ama eu não me importo. Penssase nisso antes de me trair.- disse eu saindo, deixando o coração dele em mil pedaços, deixando ele confuso, enquanto falava com ele me contiver para não chorar, mas quando sai de lá, comecei a chorar e fui no lugar que mais vou, o lugar que me deixa mais calma, o meu lugar prefirido e o lugar onde deixo as minhas minhas mágoas, na floresta, aqui é lindo quando esta ensolarado, mas como hoje esta nublado, esta meio triste. Amo mesmo assim esse lugar, aqui é um lugar que quase ninguém vem, por isso que gosto mais dele e também por que não é tato longe da minha casa. Conheço boa parte desse lugar como a palma da minha mão, vejo uma pedra e sento. Começo a pensar na minha vida e começo a chorar. Junto as minhas pernas, escondo o meu rosto, nos meus braços eu choro mais, começou a chover, ótimo! Não tem aquelas horas que você sente que tem mais alguem aqui, é assim que estou, levanto a cabeça, mas não tem ninguém aqui; desco da pedra, pego a minha mochila e começou a chover muito mais, não me importo se eu ficar com gripe, entro mas para dentro da floresta, que droga, as minhas botas estão ficando sujas de lama, isso eu me importo, mas agora já era, sujou! Estou andando, olhando para frente, ate que desvio de um galho e caio, começo a escorregar na lama, que merda, escorrego mas ainda no barranco me sujando toda, ate que paro no chão, como vou sair daqui? Escalando vai escorregar na lama, mas é o único jeito, a única escapatória de sair daqui é subindo, achei uma coisa tipo um cipó ou um galho, seguro nela e quando vejo é um braço... um braço morto. Dou um grito alto, muito alto.

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Iih agora? O que sera? Suspense no ar rsrsrs.

-Eu.

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No lado das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora