Capítulo 12

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Maria POV

Acordo pouco antes da hora de almoço e, enquanto o sol me entra pela janela e deixa encadeada, agradeço mais uma vez por estar de férias de Verão.

— Bom dia, Alegria — diz a minha mãe ao entrar no quarto e a vir-me abraçar. — Já é meio-dia.

Levanto-me cheia de dores por ter dormido tanto e abraço a minha mãe.

Ao olhar para ela, noto o quanto temos pouco em comum. Enquanto ela tem o cabelo pintado de castanho-claro, quase loiro e liso, o meu é preto, curto e encaracolado. Já ela é alta, em parte devido aos saltos altos que insiste em usar em todas as ocasiões, enquanto que eu tenho uma altura média e curvas definidas.

Depois me mudar de roupa e tomar um duche rápido, desço até à cozinha para descobrir o que é o almoço.

— Nina! — Cumprimento-a.

Nina é a cozinheira da família e a responsável pelos melhores pratos tipicamente italianos que já provei, com a excepção, é claro, do risotto da minha mãe.

— Querida! Sabe quando o seu irmão volta?

— Nem sei onde ele foi — respondo ao subir novamente até ao meu quarto.

Pelo que ouvi o meu irmão dizer ontem à minha mãe durante o almoço, ele vai estar com o Lorenzo durante a tarde. Contudo, não confio nesse amigo dele, já que, para além do Lorenzo ser um despreocupado com a vida, também tem ligações familiares perigosas.

Com o dinheiro da mesada deste mês, contratei uma investigadora privada e pedi-lhe que seguisse o Pietro durante uma semana. As conclusões a que ambas chegámos levam-nos a crer que o meu pai e o meu irmão estão a esconder algo do resto da família, pois têm tido várias reuniões privadas, algo que nunca foi comum entre os dois.

Pedi também a essa investigadora que me levasse com ela durante esta tarde para os seguir, uma vez que esse Lorenzo já nos deu vários motivos para não confiarmos nele, motivos esses que o meu irmão continua a ignorar.

Quando ele regressa a casa desço até à entrada para o cumprimentar, porém ao ver de longe que trouxe a namorada lanço-lhes um olhar de desprezo e subo novamente.

Ele não devia ter feito isso, pois o meu pai nunca aprovou o namoro, tal como eu.

Penduro-me no corrimão das escadas para ouvir a conversa lá em baixo.

— Seja bem-vinda — diz a minha mãe ao receber a Sabrina. — Já não nos vinha visitar há muito tempo.

— Obrigada! Decidimos vir hoje por minha sugestão — responde Sabrina. — Vejo que a donna continua elegante como sempre!

Essa pirosa é uma bajuladora do pior.

— Oh, querida, muito obrigada! Posso dizer o mesmo de si — diz a minha mãe ao sentir-se lisonjeada.

— Vou avisar as empregadas de que temos que adicionar um prato — diz Pietro ao dirigir-se à cozinha.

Quando o Pietro sai da divisão, a minha mãe começa a sussurrar tão baixo que tenho alguma dificuldade em compreender cá de cima o que diz.

— Então e como vai aquela situação? — pergunta-lhe a minha mãe.

Questiono-me a mim própria ao que se estará a referir.

— Ele continua cabeça dura... está a ser complicado.

— Já tentou criar conversa sobre o assunto?

— Sim, mas ele dá sempre a volta à conversa — responde Sabrina.

— Há-de ver que vai conseguir.

Implacável: A Assassina InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora