Capítulo 17

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Pietro POV

— Estás preparado? — pergunta-me a Sabrina assim que o avião começa a deslocar-se pela pista de descolagem e se prepara para levantar voo.

— Estou sempre preparado. — Lanço-lhe um sorriso e ela aperta-me a mão com mais força.

— É agora! — diz quando o veículo acelera e dá-me um beijo rápido na bochecha.

O nosso avião irá agora em direção a Madrid, a famosa capital espanhola. A pedido da Sabrina, concordei em tirarmos uma semana de férias  para estarmos juntos, porque, afinal, até eu estava a precisar, principalmente depois daquela reunião com o meu pai.

Assim que saí do escritório dele naquele dia, surgiu-me uma questão à qual eu não era capaz de responder: Se ele desaparecesse para sempre, isso seria algo mau, ou bom?

Pode parecer egoísmo pensar assim, porém o meu pai nunca me deu atenção. E, quando deu, foi para me obrigar a estudar Economia, algo que eu nunca gostara, de forma a herdar os negócios dele mais tarde. Obviamente que, após um ano na Faculdade de Economia e Gestão e de ter completado a maioridade, desisti do curso e fui para Enfermagem, uma das minhas paixões.

Para além disso, se a Sociedade o levasse, a minha mãe ficaria com o caminho livre para casar com um dos amantes, e eu para ficar com a Sabrina, pois o meu pai já rejeitava a nossa relação muitos antes de ter começado.

Para além disso, depois daquela reunião, fiz questão de pedir ao Erminio, o mordomo, que se mantivesse próximo à Natália nos dias seguintes, já que o melhor a fazer neste momento é desconfiar de todas as pessoas à minha volta, principalmente as que conhecem a morada da nossa mansão.

Durante esta viagem a Madrid, concordamos em dividir os dias de forma as que as manhãs sejam decididas por mim e as tardes pela Sabrina. Assim, durante a manhã visitamos lugares como o estádio do Real Madrid, a Puerta de Alcalá, a Plaza Mayor e a Puerta de Europa. Porém, durante a tarde, sou obrigado a fazer jantares à luz das velas, a fazer compras no El Corte Inglés, a apanhar sol na piscina do hotel e, no sábado, a caminhar pelo Real Jardim Botânico de Madrid.

— Terei que concordar que fizeste uma boa escolha para hoje — comento ao sentarmo-nos num dos bancos de jardim em frente a uma fonte.

Com oito hectares, este jardim é dos mais belos que já estive, e para onde quer que olhe vejo a mistura do verde intenso com a cor das flores aqui semeadas, juntamente a uma brisa leve que nos passa pela pele e ao cheiro da natureza que cada vez se torna mais forte.

— Este lugar é muito bonito — diz a Sabrina.

— É verdade. — Concordo.

— Aconteceu alguma coisa antes de vires para cá? — pergunta repentinamente.

— Como assim?

— Não sei, mas tens estado tão sério... e rígido.

— Sou sempre assim.

— Sim, isso também é verdade, mas agora estás mais ainda.

— Não aconteceu nada — respondo ao virar-me para o outro lado.

— Pietro, não me vires a cara.

— Não te estou a virar a cara. — Volto-me novamente para ela. — Tu também estás diferente.

— Estou um pouco triste.

— Porquê, minha boneca? — digo ao dar-lhe um beijinho no ombro.

— Será que posso mesmo dizer-te?

— Claro, por que não?

— Nem sei como te dizer isto.

Implacável: A Assassina InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora