Capítulo 13

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Olá a todos!

Será que conseguem adivinhar ao que é que a mãe do Pietro e a Sabrina se estavam a referir? E será que a Sabrina é de confiança, ou a Maria tem razão ao dizer que ela esconde algo?

Sairá um novo capítulo todas as quartas, sextas e domingos.

Continuação de boa leitura!

Natália POV

Uma forte dor de cabeça faz com que tenha dificuldades em perceber onde estou. Junto a isso, uma luz forte e próxima deixa-me nauseada e sem força.

— Natália?

Aquela voz rouca e débil relembra-me a do meu avô, porém sei que é impossível ser ele.

— Natália?

Faço um esforço para conseguir ver onde estou.

— Avô Danilo? — murmuro ao desconfiar do que os meus olhos vêem. — Avô, é você?

— Sim. — A voz é igualzinha ao que me lembro.

A minha visão torna-se turva à medida que os meus olhos se enchem de lágrimas.

— Mas... mas... o avô não pode estar aqui.

— Na realidade, este é um dos sítios a que pertenço.

— Mas... o avô morreu... — A minha boca treme ao dizer estas palavras.

— Diga-me, a minha netinha sabe ao menos onde estamos?

Obrigo-me a mim mesma a levantar-me e percebo que sou incapaz de responder a essa pergunta. Não há nada neste lugar para além do meu avô e de mim. Entretanto, a cama onde estava deitada também desapareceu. Agora estamos só os dois, num espaço vazio e escuro, porém com luz suficiente para ser capaz de ver o meu avô e ele ver-me a mim.

— Eu... eu não sei. Avô, o que se está a passar? — As minhas mãos tremem e o meu corpo é invadido por suores frios. — Avô!

— Não há nada que temer.

— Por que estou aqui?

— Em breve tudo fará sentido.

— Por que estou aqui? — repito, agora um volume mais alto, mesmo sabendo que não há razão para tal, e sinto tudo à minha volta a tremer.

— Minha querida netinha, vim pedir que tenha muito cuidado nas suas decisões. Uma encomenda dirige-se ao seu círculo de íntimos.  Lenta, porém decidida. Decidida a acontecer. Natália, confie em si mesma e desconfie dos restantes. Nesta casa há mentiras, ódio e desejo de vingança.

— Avô, o que significa isso?

Porém, é tarde demais pois ele já não está comigo.

Um feixe de luz entra pela minha janela e informa-me de o dia está prestes a nascer. Ainda confusa pelo sonho que tive, levanto-me e vou até a um espelho por trás da porta, que deixei trancada para que pudesse sentir-me mais segura.

O avô Danilo faleceu à cinco anos. Quando recebemos a notícia, pegámos o primeiro voo para Espanha e dirigimos-nos imediatamente para a vivenda dos nossos avós, onde viviam os quatro depois da reforma. A causa da morte fora "a velhice, minha querida", tal como a minha avó Edite insistia em repetir muitas mais vezes que o suficiente.

O avô Danilo foi quem me instruiu a apreciar poesia e música italiana. Durante as tardes de férias de verão que lá passava, contava-me a história dos deuses romanos, das epopeias gregas e do mito da criação de Roma. Dizia que depois da morte queria que as suas cinzas fossem lançadas ao vulcão Vesúvio, que destruíra em tempos a legendária Pompeia. Claro que a minha avó dizia que ele era doido por querer tal coisa, por isso o que fizeram foi enterrá-lo no cemitério da família, que fica no final do extenso jardim da herdade onde vivem.

Implacável: A Assassina InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora