Composição

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Naquele mesmo dia, Gerard e Frank acordaram juntos, na mesma cama, ainda transbordando de amor. Eles ainda não conseguiam pensar em nada além de querer mais um do outro, por isso ainda se acariciavam tanto, e se beijavam tanto e acabaram transando de novo, em plenas 12 horas da tarde.

Frank, depois de vestir a calça jeans - sem colocar uma cueca antes - foi ao banheiro tomar outro banho, sem Gerard dessa vez, pois que era dia e provavelmente todos na casa já estavam acordados. A caminho do banheiro, não encontrou com ninguém, já quando voltava para o quarto, ele se deparou com Elena, a avó dos irmãos Way.

Frank sorriu, tentando ser simpático, mas também querendo disfarçar a vergonha de estar enrolado numa toalha numa casa onde ele era visita. A senhora retribuiu o sorriso demonstrando sua pura simpatia. Essa era a segunda vez que Frank a via, e ele reparou que ela sempre usava alguma coisa preta, contrastando com tanta doçura. Naquele instante, era a saia.

-Bom dia - ele disse.

-Bom dia. Seu nome é Frank, não é? - ela lhe pareceu ser bem informada.

-Isso.

-O almoço pronto. Vocês vão descer agora pra comer?

Frank não sabia o que responder. Talvez aquilo fosse um convite ou uma intimação. Por isso ele gaguejou andando de lado até esbarrar com as costas na porta do quarto do namorado.

-Não sei. Eu vou avisar a Gerard.

Ele girou a maçaneta algumas vezes antes de conseguir abrir. Elena sorriu novamente, apertando os olhos e começou a descer as escadas. Frank finalmente se voltou à porta e entrou.

-Como você é gostoso - foi a primeira coisa que Gerard falou ao ver o namorado entrar no quarto só de toalha e ainda levemente molhado, principalmente o cabelo.

Frank sorriu e fechou a porta.

-Sua avó, ela é bem legal.

-Ela é a melhor!

Eles se beijaram e Frank não conseguiu evitar de ficar excitado e Gerard não conseguiu evitar de perceber o volume. Mas não ultrapassaram o limite dos beijos. Gerard foi tomar banho e Frank permaneceu no quarto, esperando, observando os desenhos espalhados pelo cômodo e tentando descobrir algo curioso do namorado.

Ele não descobriu muitas coisas relevantes antes que o outro voltasse. Logo desceram para almoçar. Quando chegaram à mesa, lá já estavam os pais de Gerard, a avó e o irmão. Frank cumprimentou todos com educação e tentou ficar à vontade.

-Então, como vai a banda? - Elena, a avó, quis saber, para a surpresa de Frank. 

Mikey foi o primeiro a responder e tentou atualizar a avó com o máximo de detalhes possíveis e ela parecia mesmo interessada e animada. Gerard também comentava sobre os projetos da banda e sempre falava de Frank de forma carinhosa quando o citava.

-Você é o Frank - a mãe quis tirar as dúvidas, apontando para ele.

-Sou sim, senhora Way - foi a resposta tímida de Frank.

Gerard riu da timidez do namorado.

-Mãe, pai, ! Frank e eu estamos namorando - Gerard falou, tranquilamente. Frank se engasgou com a comida. Puro nervosismo, para ele foi uma grande surpresa. - Acho que essa é uma ótima oportunidade de falar.

Frank não sabia para onde olhar. Mas com a cabeça baixa, ergueu os olhos e olhou para Elena e a viu sorrir com a mesma doçura de antes. Então criou coragem e ergueu a cabeça para encarar todos. Ele ao menos fingiu muito bem não estar mais nervoso, e sim confiante, animado.

-E vocês estão namorando há quanto tempo? - a mãe quis saber.

-Não faz muito tempo, né, Frank? - Gerard forçou o outro a falar alguma coisa.

-Menos de uma semana, eu acho - ele disse.

-E você? Tem um namorado também? - o pai direcionou-se a Mikey. - Nunca trouxe ninguém aqui em casa.

-O quê?! - Mikey quase gritou irritado. O que era mesmo surpreendente vindo de alguém que não se esforçava muito para falar. - Eu não sou gay!!

-Tudo bem, então.

Gerard, Frank e Elena gargalharam.

Depois do almoço, Mikey chamou Frank para ajudá-lo a compor uma música e Gerard também foi, obviamente. Os três passaram a tarde no chão do quarto de Mikey e apesar de todo o romance que estava no ar e todo aqueles sentimento que enchia os corações de Frank e Gerard - sentimento qual os dois tinham medo de nomear - a música, no fim do dia, soava como um grito de desespero, ou uma despedida.

-Não sei escrever sobre coisas boas - comentou Gerard, na porta de casa, quando se despedia do namorado. - Não sei bem porque.

-Mas você tem alguma ideia do porquê, certo?

-Acho que pode ser porque não sei falar sobre mim.

Frank entendeu o que ele quis dizer. Ele também tinha dificuldades de ser sincero sobre o que pensava ou o que sentia. Eles conversaram sobre isso, sobre suas fampilias e mais algumas coisas antes de Frank finalmente ir embora.

A caminho de casa, Frank recebeu um telefonema de Ray.

-Estou indo pra casa agora.

-Onde você tava? Em Gerard?

Frank automaticamente se lembrou da madrugada com o namorado, e sorriu.

-Sim.

Ray quase sentiu ciúmes do amigo, mas se esforçou para não deixar que isso tomasse conta dele. Mesmo pelo telefone, ele resolveu falar de seus planos. Ray havia passado a tarde planejando os próximos passos da banda e até boa parte do futuro deles. Achava que estava mais do que na hora de eles entrarem em um estúdio para começar a gravar suas músicas.

-Música é o que não falta pra a gente, Frank. Você não acha?

-Claro!

-E ultimamente a gente vêm compondo muito, todo mundo sempre cheio de ideias.

-Um-hum. Hoje mesmo Mikey me chamou pra ajudar em uma música que ela tinha começado...

-Vocês estavam compondo sem mim? - Ray não conseguiu esconder o ciúmes.

-Como assim, Ray? Até você compõe sozinho.

-Mas vocês não estavam sozinhos, estavam em três!

-Ray!? Por que você fazendo disso uma tempestade?

Ray tentou se conter mais uma vez. Provavelmente, Frank tinha razão.

-Desculpa.

-Você bem?

-To.

Frank já estava bem perto de casa, mas também perto da casa de Ray. E resolveu ir até lá.
Ray mostrou de imediato não ter gostado nem um pouco da surpresa, mas não conseguiu por muito tempo esconder o que estava sentindo. Eles conversaram, comeram, jogaram, conversaram mais um pouco, comeram de novo, jogaram outra partida, quase assistiram a um filme, mas conversaram mais. Antes de Frank ir embora, ele se certificou de que estava tudo bem, tentou convencer Ray de que ele não precisava ter ciúmes.

-Não to com ciúmes!

-Então não precisa ficar bravo por causa disso. Foi só uma coisa atoa. Se eu não estivesse lá, ele iria fazer tudo sozinho, mas como eu estava, não consigo ver o problema de ter ajudado.

-O problema não foi você ter ajudado, foi vocês não terem me chamado!

-Desculpa - foi a vez de Frank entender o lado do amigo e realmente sentiu muito.

No fim da noite, os dois estavam em paz e Frank finalmente chegou em casa, para ouvir tudo o que seus pais achavam sobre ele ter passado o dia inteiro fora de casa.

Aw, SugarOnde histórias criam vida. Descubra agora