O Começo

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Parecia que tudo estava prestes a explodir, mas essa não era uma das sensações ruins que Frank sentia. Na verdade ele nunca havia se sentido tão feliz em toda sua vida. Ele era membro da sua banda favorita, o primeiro álbum deles estava prestes a ser lançado, a banda havia conseguido a oportunidade de tocar em um grande festival do estado, sua mãe e até seu pai haviam começado a aceita-lo como músico e gay, ele tinha um namorado que amava e que o amava de volta.
Gerard sentia basicamente o oposto. Sua vontade era de ficar no seu quarto escuro e bagunçado pelo resto do ano, no mínimo.
O que lhe deixava assim era o medo de se decepcionar mais uma vez com a vida. Porque ele era convicto de que nada de bom poderia lhe acontecer sem que algo muito ruim estivesse à espera. Seu pessimismo o levava à saudade dos terríveis dias que ele apenas se via na tristeza infinita, sem expectativas, assim então, sem decepções.
-Não fica assim - Frank tentava animar o namorado que não estava perto de chorar, mas estava muito longe de sorrir, deitado no seu peito. Os dois estavam na cama de Gerard, Frank de camisa e cueca e o outro de camisa e pijama. - Você tem que tentar! Sei que as coisas não são fáceis e muita merda acontece, mas você tem que tentar, se não, o vazio vai te consumir, não haverá felicidade nem tristeza, apenas o nada. E você sabe como é.
-Eu to tentando, Frank! Juro que to! - Gerard suspirou. - Todos os dias que eu saio desse quarto e vou ali na cozinha, ou na garagem, ou na esquina, sou eu tentando. E é muito difícil. Mas eu tento.
-Então continua tentando. Mesmo que logo mais a gente quebre a cara e a vontade de morrer se torne maior do que tudo, a gente tem que tentar, porque vai que nesse meio termo algo maravilhoso aconteça!? Então você tem que continuar a tentar, por mim!
-Você a única razão por eu ainda tentando, Frankie.
-Te amo, sugar! - Frank abraçou forte seu amor.
-Também de amo.

Na véspera do grande dia de lançamento do álbum, os cinco amigos e membros da banda estavam na garagem, sem tocar nada, simplesmente estavam lá, conversando sobre as vidas deles e sobre o quanto elas estavam mudando.
-Finalmente eu sinto que sou digno de algum merecimento - confessou Gerard com os olhos inchados. - Apesar de na maior parte do tempo eu querendo desistir de tudo, tudo mesmo, eu tenho orgulho de nós.
-É - Frank concordou e acrescentou: - Eu queria agradecer a cada um de vocês por terem me chamado pra essa garagem mais ou menos dois anos atrás.
-De nada - disse Ray sorrindo.
-Obrigado - Frank continuou. - Vocês são a minha banda favorita, vocês sabem, eu já falei isso aqui, mas quero dizer que vocês salvaram minha vida. MCR salvou minha vida.
Até mesmo Bob se arrepiou, estava tão animado quanto todos, mas não conseguia colocar essa emoção para fora através de palavras ou expressões faciais. Ainda assim seus poros se abriam para transbordar sua felicidade.

Quando o álbum foi lançado, os meninos fizeram um show pequeno numa loja de disco no centro da cidade. Foi quase um acústico, mas ainda assim muito dramático e gritado por Gerard no microfone. A audiência era pequena, dezesseis pessoas contando com Bert, Quinn, Jeph, a namorada de Bob e a avó dos Way - que sorria como uma criança, empolgada e orgulhosa.
-Essa música seguinte é nossa última de hoje - Gerard falou no microfone, ainda tímido, olhando para o chão sem querer encarar o público intimista. - Obrigado a todos vocês que estão aqui hoje e espero ver todos mais uma vez em breve. Comprem nosso álbum, vão pra o festival Jungle no próximo domingo, a gente vai lá e é isso aí! Essa música se chama Our Lady Of Sorrows!
Ainda naquele dia, a banda tirou fotos, deu autógrafos e ainda deu uma pequena entrevista para um pequeno pequeno da cidade.
A primeira semana de venda do álbum foi um sucesso. Os meninos ainda lançaram um Single e gravaram outro vídeo produzido por um amigo de Rickley para lançarem como um vídeo clipe na internet. A banda foi chamada por uma rádio da cidade para dar uma entrevista e divulgar o álbum. Os meninos pareciam estar no céu. Até Gerard estava encantado o suficiente para se sentir feliz.

Bert ligou para Gerard um dia antes do festival e não foi para dizer que estava querendo morrer ou porque estava triste mais uma vez por causa de Quinn. Pelo contrário.
-Adivinha!
-O que?
-Eu, Quinn e Joseph vamo começar nossa banda também - Bert parecia muito animado.
-Uau! Que incrível, Bert! - Gerard compartilhou da mesma emoção do amigo, até se sentiu mais confiante em relação à sua própria banda. - Vai ser muito foda. Imagina nossas bandas em turnê juntas.
-Pois é! Caralho! Já quero!
-Vocês tão bem, né? Você e Quinn.
-Estamos. Acho que a gente vai morar junto a parti do mês que vem.
-Sério!? - Gerard não conseguia evitar o receio pelo amigo. Talvez fosse culpa do pessimismo dele, talvez fosse pura preocupação devido ao histórico de problemas entre os dois. Ainda assim, apoiou o amigo. - Que bom. Quero muito te ver feliz, amigo.
-Eu sei, Ge. Também quero muito te ver feliz, realizado e feliz de verdade diante de tudo que está por vir. Te amo.
-Também te amo.
-E você e Frank? Tudo bem entre vocês?
Naquele momento, Gerard que estava em seu quarto, na cama, com roupa de dormir, viu seu grande amor entrar pela porta com os cabelos molhados, sem camisa, usando apenas um moletom e uma toalha no ombro. A visão era maravilhosa.
-Estamos muito bem.
-Ótimo! Até amanhã. De que horas vamos sair?
-Dez horas.
-Okay! Beijos.
-Beijo.
Gerard desligou o celular e o jogou na mesinha perto da cama.
-Acho que seu pai gosta muito de mim - Frank sorriu, ainda de pé, perto da janela.
-É? Por quê? - Gerard não tirava os olhos do corpo de Frank, descendo e subindo os olhos, admirando cada detalhe.
-Ele acabou de passar pelo corredor, indo pra o quarto, e me deu um abraço.
-Ele tava bêbado?!
-Acho que sim. Talvez.
Frank percebeu o olhar malicioso do namorado.
-O que você quer, Sugar? Isso? - Frank apertou e balançou seu volume dentro do moletom.
-Quero tudo. Quero você todo.
Frank abandonou a toalha em cima da mesa próximo à janela, caminhou em direção à cama lentamente e se deixou cair em cima do namorado que o segurou com delicadeza. Gerard o beijou e não se preocupou em conter as mãos que logo desceram para tirar o moletom de Frank e apertar seu traseiro branco.
Frank também não perdeu tempo e encaixado entre as pernas de Gerard, desceu a língua da boca para o pescoço, tirou a camiseta do outro e desceu a língua mais um pouco, para o peito.
Gerard gemia no ouvido de Frank até que se afastou para tirar o pijama. Frank também terminou de se despir e já voltou com a boca para o corpo do amado, diretamente para seu membro mais gostoso de se chupar. Gerard gemeu mais alto e mais alto, se contorcendo de prazer durante o processo. Em seguida trocaram de lugar. Frank encarava a cena: seu namorado o chupando enquanto ele lhe acariciava os cabelos.
Mais uma vez as bocas se encontraram e as mãos passeavam pelos corpos e apalpavam cada músculo. Então Frank desceu novamente e chupou o buraco rosado do namorado até mais uma vez se colocar entre as pernas e se encaixar dentro dele. Gerard gemeu alto e mordeu o braço de Frank, que fazia movimentos contínuos, ritmados e cada vez mais rápidos. E mais rápidos e mais fortes. Não por ter pressa, mas por ter vontade, fome, daquele jovem homem, que para ele era um garoto delicado, muito lindo, sexy e amável.
Gerard não deixava de se masturbar, no mesmo ritmo que Frank se movimentava, para dentro e para fora. A explosão foi simultânea e maravilhosa.
Quase uma hora depois, foi a vez de Gerard de se ver dentro de Frank e o observar gemendo, revirando os olhos.
Pela manhã, ninguém acordou cansado. Gerard e Frank estavam tão animados e nervosos quanto Ray, Mikey e Bob.
A van branca de sempre chegou com Bob e Ray na casa de Gerard para pegar o restante da turma, incluindo os instrumentos, a banda e os amigos Bert, Quinn e a namorada de Bob.
Antes de saírem, todo mundo pixou a van e colou adesivos nela.
-Vamos customizar essa porra - Bob sugeriu.
Frank foi quem escreveu bem grande: MCR. Gerard fez alguns desenhos bizarros e Ray escreveu: Eu amo essa porra!
Às 11:27 eles chegaram no local do festival. Às 14:57 eles já estavam terminando de montar o palco. Seriam a segunda banda a tocar. Da coxia Ray chamou Gerard para observar o público.
-Olha aquilo, Ge!
-Muita gente mesmo! To com medo - Gerard quase sorriu.
-Não, isso não - Ray mal deu bola para o nervosismo do amigo, porque sabia que o que ele queria mostrar lhe confortaria. - Aquilo lá. Aquele garoto.
-Onde?
-Ali, no canto de lá, na grade - Ray apontava. - Olha a camisa dele.
Gerard viu.
-Ah meu Deus!
E se arrepiou.
Era um garoto de óculos e cabelo preto que nenhum deles conheciam, mas reconheceram que o menino os conheciam, pois estava usando uma camisa da banda que provavelmente ele mesmo havia feio.
-Que incrível! Caralho!
-O que é que foi? - Frank se aproximou.
Ray abraçou o amigo bem forte e depois apontou para o fã da banda entre a multidão.
-Ué! Eu vi três meninas também lá trás. Cada uma com uma letra na camisa.
A animação era geral e contagiante. O nervosismo existia, mas não era pálio para a vontade de cantar e tocar e explodir tudo de dentro para fora, para todo mundo sentir o mesmo.
-É agora, galera! - Mikey se juntou para dizer. Ele não era muito de sorrir, mas sorria naquele momento com a boca e com os olhos.
No palco a música que tocava no intervalo entre as bandas cessou e uma voz gritou para anunciar a próxima atração:
-Estão preparados? Então, diretamente de NJ, com vocês: MY CHEMICAL ROMANCE!!

-    F I M    -


*Muito obrigado, vocês que me apoiaram Emo mínimo acharam a história legal-zinha. Até uma próxima vez! 😬☺️

Aw, SugarOnde histórias criam vida. Descubra agora