04 - Granny's

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Senti a noite fria de Storybrooke assim que saímos da boate e comecei a tremer. Killian parecia ter percebido, já que tirou seu casaco(que eu não fazia ideia de onde tinha surgido, mas isso não importava no momento) e me entregou.

– Toma, pode vestir.

– Mas você vai ficar com frio. - falei, devolvendo a ele o casaco preto.

– Não vou não, - ele abriu o casaco e botou por cima dos meus ombros. - você está morrendo de frio e eu ficando com calor.

Ri da sua tentativa de me convencer.

– Aceite os fatos Swan. - ele falou, e enlaçou meu braço no seu e então andamos assim. - Conte mais de você, estou morrendo de curiosidade assim como você estava morrendo de frio a poucos segundos atrás. - ele mexeu no meu cabelo.

– Não estou mais com frio. - olhei-o.

– Mas ainda estou curioso, - ele fez cócegas em minha barriga. - vamos igualar esse jogo. Me conte de você.

– Jogo? - franzi a testa. Ele parou de andar e ficou na minha frente.

– Nada de enrolar Swan, me conte de sobre você. - Killian voltou a posição anterior e enlaçou nossos braços novamente, voltamos a andar. - Ou serei obrigado a trancá-la no Jolly Roger para que você responda minhas perguntas?

– Jolly Roger seria...?

– Meu navio. - Killian estufou o peito, orgulhoso. - Meu melhor presente, sem dúvidas. Minha vida é aquele navio. - ele olhou para o chão, pensativo e depois virou-se para mim e sorriu ao ver que eu o encarava. - Mas vamos, me conte de você.

– Você já me conhece. - respirei fundo. - O que quer saber? - disse, me arrependendo no mesmo instante, se bem que, todas as perguntas constrangedoras já tinham sido feitas... Eu acho.

– Pergunta difícil. - disse, mantendo o sorriso galante nos lábios. Céus, que sorriso lindo. - Vamos lá.. Quantos anos você tem? Você não nos disse, ou disse?

– Não, não disse. - falei, mexendo no brinco dele. - Tenho 24 anos.

– Entendi. - ele suspirou. - 27 anos. - falou tranquilamente.

– Você mora aonde? - perguntou, enquanto me ajudava a descer a ladeira para chegarmos a cidade.

– Naquela torre. - apontei. - Era um orfanato há uns anos atrás... - dei um suspiro antes de continuar.

– Ah sim... Aquela perto da biblioteca? - ele apontou também, assenti e olhei para o chão.

Andamos em silêncio. E eu continuava a olhar o chão.

– Tá tudo bem? - perguntou Killian, provavelmente me encarando.

– Sim... - sussurrei. - Acho que sim.

– Acha que sim? - ele disse, passando meu cabelo para trás, podendo ver meu rosto. - O que houve?

– Sei lá.

– Entendi. - ele disse e continuamos andando, de novo, em silêncio. - Pode falar quando quiser, tá bem? - bagunçou meu cabelo e eu soltei um suspiro.

– Ás vezes, me sinto tão só. - confessei, ainda de cabeça baixa. Percebi que Killian tinha parado e como estávamos com os braços enlaçados, fui obrigada a parar também. E então, tive que encará-lo.

Seu rosto estava confuso, mas ele apenas disse:

– Você não está só. Pelo menos, não mais. - um sorriso formou em seus lábios e pude me permitir sorrir também.

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