13 - Proposta

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Recebi uma mensagem de Killian assim que acordei. Ele disse que viria para um café e resolvi fazer novamente meu bolo de fubá. Espero que dessa vez nada nos interrompa.

Arrumei a casa rapidamente e com ajuda da minha jukebox, foi mais fácil fazer um ambiente agradável. Preparei a mesa de modo farto e apetitoso, até porque eu estava morrendo de fome e caso Killian furasse comigo, iria devorar aquilo em dois tempos. O bolo ficou pronto assim que terminei de ajeitar a mesa da sala.

Ouvi um barulho de porta abrindo e passos vindo em minha direção. O ar gelado da sala invadiu a cozinha, mas logo se sufocou com a porta fechada. Mãos ásperas e firmes taparam meus olhos.

– Ai meu Deus! - fingi espanto e apalpei as mãos. Já disse que se não fosse perita, seria uma ótima atriz? - Quem será?

– Te dou uma chance. - sussurrou Killian no meu ouvido.

– Capitão Killian Jones? - perguntei. - Ou melhor, Hook?

– Sim. - ele disse, descendo suas mãos para minha cintura e me virando para si. Pude sentir seu hálito de menta e ouvir sua respiração tranquila de tão próximo que nos encontrávamos. Ele abriu aquele sorriso lindo e sussurrou um "bom dia" quase inaudível.

– Bom dia para você também. - falei, limpando a garganta. Killian tinha um forte poder sobre mim e eu tinha uma grande atração por esse capitão.

– Que cheiro delicioso! - ele disse, beijando meu pescoço. - E não estou falando só do bolo.

Nem preciso falar que corei, né?

Ok, sei o que você está pensando. Ah, ela é uma puta envergonhada? É isso mesmo, meu caro amigo. É isso mesmo.

– Então, o que você queria me propor? - pergunto, me afastando um pouco para pegar o bolo.

✳✳✳

– Pode falar. - digo, entre um pedaço e outro do bolo. Está fantástico. Única coisa que aprendi a fazer na cozinha foi esse bolo, pelo menos faço-o direito.

– Swan... - ele começa, me olhando. - Antes de tudo não me chame de fofoqueiro ou coisa parecida, - ele ergue os braços, como inocente. - estava pitando que nem louco, por isso vi. - e tira meu celular do bolso, me entregando logo em seguida. O que ele viu? - Está chegando seu aniversário, é? - Killian ergue as sobrancelhas e coro. Droga de alarme.

– Sim... - respondo, olhando a mesa. - O que tem isso?

– Eu ia te perguntar, - ele busca as palavras. - se você queria viajar comigo e com o pessoal no cruzeiro. Nós já estávamos combinando isso há muito tempo... - ele estala os dedos na mesa e depois brinca com seus anéis. - E, agora, com a proximidade do seu aniversário e a certeza de eu fazer um cruzeiro em um lugar que você queira muito, seria perfeito, não?

Eu não estava entendendo nada. Do que ele está falando? Faltava menos de uma semana para o meu aniversário, não dava para fazer nada de última hora. No final das contas, seria exatamente igual aos outros: eu comprando um cupcake, botando uma lista de músicas na jukebox de modo extremamente alto e dançando, bebendo, me divertindo que nem louca como se estivesse numa festa do pijama com amigas, mas sem diversão e sem amigas, ou seja, sozinha com uma lista de músicas de merda que me fazem chorar por ser uma puta. Porque o mundo é tão cruel? Porque eu não fui adotada? Tudo seria tão diferente...

– ... Então, você quer ir? - pergunta Killian, mas estava flutuando em meus pensamentos e não ouço nada antes disso. Merda.

– Você pode repetir? - pergunto, coçando a cabeça. - Eu estava voando aqui, desculpe. - sorrio amarelo.

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