Capitulo 14

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E então cá estou eu. Á porta de casa, da MINHA casa.
Sim, isso mesmo..
Aquele lugar onde eu ja sofri tanto..
Mas é o meu lar , não é?
Eu posso, e eu quero estar aqui.
Não me sinto bem pronta para entrar,tenho medo, tenho medo do que possa encontrar lá dentro!

Faz meses que a abandonei....

--

Observei tudo á minha volta.

Estava silêncio, não se ouvia nada a não ser o meu respirar.

Ganhei coragem, e coloquei a minha mão na maçaneta fria e escorregadia da porta.

Dei um suspiro, e finalmente, entrei.

A casa estava gelada e sombria. Tinha pó por todo o lado , tanto que quase me intoxiquei. Senti uma sensação estranha, como se mais alguém lá estivesse.

~~Não pode, eu estou aqui, sozinha , não tem mais ninguém nesta casa abandonada a não ser eu própria ~~ pensei

Um barulho ecoou pela casa. Estremeci.

Parecia vir lá de cima, eu não estava a sonhar , pois não? Eu ouvi,acho,estava indecisa ,estaria a ficar maluca? ou estava mesmo alguém lá em cima?

-MAS, NÃO, NÃO PODE! SÓ ESTOU EU CÁ! NÃO É? - Grit

Não houve resposta.

- Ah está tudo bem, foi só o vento, não foi mais nada. Vais ficar aqui parada Anna? Ah, não sejas medricas miúda, sobe....

SOBE SOBE SOBE

Algo me dizia para eu subir , mas ao mesmo tempo, outra coisa completamente oposta dizia para eu sair dali, dizia para eu voltar para casa da direc...

Da pessoa que eu matei, quero eu dizer!
Mas não, eu NUNCA voltaria para lá, eu tomei a minha decisão, e , tenho a certeza que estou a seguir o caminho correto (talvez nem tanta).

Não interessa, vou subir, acabou.
Subi as escadas, muito devagar, degrau por degrau, com medo, mas afinal, medo de quê? As vezes não me entendo, não consigo, não dá para me enteder! A cada degrau que subia ficava mais frio , e o cheiro das trevas, o cheiro do medo, o cheiro da escuridão ficava cada vez mais intenso.
Mas espera, afinal de que estou eu para aqui a falar? Parece que estou num filme de terror. Ohh meu deus, é a minha casa, o local onde eu cresci, não á nada a temer.

Finalmente cheguei. Lá estava eu, no corredor escuro , frio e vazio de lá de cima.
Dei um passo, e uma brisa forte veio da janela do quarto da minha mãe , cuja porta se encontrava aberta. Entrei , tinha um cheiro estranho, um cheiro muito estranho, cheiro a sangue. Como assim? Sim, é verdade!
Fechei a janela por onde entrava o vento e reparei na madeira velha que se ia desfazendo.

~~~Continua


A Menina Que Não Sabia SorrirOnde histórias criam vida. Descubra agora