Capitulo 18

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Quando dei por mim, estava completamente sozinha.
Não podia fazer nada. Teria que seguir o caminho que escolhera.
Poucos segundos se passaram, olhei em volta. As paredes altas pintadas de preto, um tapete vermelho e comprido á minha frente , e , apenas uma porta. As outras duas tinham desaparecido. Estava na hora.
Dei um passo , dois passos, três passos. Pareceu demorar uma eternidade até chegar á porta esquerda. Assim que lá cheguei, ela abriu-se fazendo um ruido, não podia acreditar no que via.

Lá dentro parecia ser o novo mundo. O inferno.
O céu cinzento era coberto por grandes e gordas nuvens pretas que pareciam estar carregada de chuva.
O chão , bom, não havia chão.
Aquilo parecia infinito. Não havia pessoas. Apenas almas tristes e solitárias a vaguear pelos labirintos daquele mundo.
Nenhuma sabia para onde se dirigia. Nenhuma delas tinha um destino.
Eu não queria entrar , não queria!
A porta fechou-se mesmo nas minhas costas. Cai de joelhos para a frente. Agora estava no inferno. As minhas mãos tocavam numa coisa que não se podia chamar chão. Era bastante pegajoso. Muito nojento.
Senti-me então observada.
Todas aquelas almas me olhavam.
Ouvia risos e vozes em volta. Que stress, que confusão.
E eu não me conseguia levantar.
Estava sem forças, cansada, esgotada...
Demorou algum tempo para as recuperar, assim que consegui, avançei em frente.

Bom, como descrever o que via?
Eu não via quase nada.
Na verdade, aquilo não tinha nada a ver com o que eu imaginava do inferno.
Sempre imaginei que o inferno tivesse demônios e que as pessoas que lá estavam teriam que sofrer para o resto da vida fazendo trabalhos duros e pesados para o rei, ou eram castigadas de acordo com as maldades que tinham cometido enquanto eram vivas.
Por mais que vos custe acreditar, aquilo parecia muito pior. Ninguém sabia o que via ou onde estava. Só vozes e vozes e caminhos que pareciam não ter fim.

A Menina Que Não Sabia SorrirOnde histórias criam vida. Descubra agora