Capitulo 13- A Preto E Branco

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Procurei acalmá-lo, odeio ver alguem chorar, e o pior é que era tudo culpa minha, TUDO.

-pa... Pai, eu estou bem, está tudo bem! - disse gaguejando

Eu sei, era estranho... Deveria ser ele a acalmar-me mas parece que trocamos de profissões.

Ele olhou para mim e segurou nas minhas mãos, depois disso sentou-se na beira da cama.
Eu permanecia deitada, ainda estava fraca.

-Felizmente.. Tu estas bem..

-Mas e a diretora? Onde ela esta? Preciso de a ver.. Agora.

-Ela não está mais aqui.

-como? Ja esta em casa? Esta tudo bem com ela?

O George suspirou, mas eu não entendi a razão.
Estava tão cansado, tão triste.
Finamente, depois de uma troca de olhares ele respondeu-me.

- Gracie, minha irmã ganhou asas hoje as 12:43 da tarde.

-Co.. Como? Ela fal..

Sim, faleceu, ela morreu, morreu mesmo, por minha culpa, a causa da morte dela sou eu, eu não há mais ninguém para culpar a nao ser eu propria e neste momento so quero desaparecer.

Evidentemente, começei a chorar, chorar com todo o desespero e raiva do mundo.
Os meus olhos estavam vermelhos de furia e as lagrimas escorriam-me pela cara a baixo sem parar.

-Ela não resistiu... Mas... Nao quero que te sintas culpada, tu não tens culpa de nada, Anna.

Assim que o George disse isto, ainda fiquei mais furiosa! Como ele era capaz de mentir assim? Eu fui a culpada, ponto final. E tudo o que desejava naquele momento era puder trocar de lugar com ela, porque eu sim, merecia ter morrido.

Gritei, disse para ele sair e que precisava de estar sozinha.
Não pensei mais no meu futuro, não pensei em mais nada.

''quero morrer quero morrer quero morrer quero morrer ''-pensei

Talvez morrer seria o melhor mesmo.
Talvez o mundo seja melhor sem mim.

Ah, que triste eu estava...

- Só faço asneiras.. Eu desiludo toda a gente.. Inclusive eu mesma.

-------------------passado 4 dias-------

Sim, ca estou eu, mais triste do que nunca, desde a morte da directora que eu não faço mais nada na vida.
Continuo zangada com o George desde aquele dia no hospital e agora quase nunca nos falamos.
Ele obrigou-me a continuar na casa da Gracie (directora), o que é muito mau para mim porque me dá saudades!
Já lhe disse milhões de vezes que quero ir para minha casa mas...
Agora ele não me escuta
Agora ele não me entende
Agora ele não quer saber
Agora ele mudou
... E já não é o George que eu conheci, alegre, ativo e brincalhão, ... Anda triste, deprimido e zangado.

A minha vida estava a preto e branco, sem qualquer outra cor, apenas black and white.

E repito novamente, a culpada sou eu.

TUM TUM TUM

Ousso uns passos vindos do fundo do corredor.
George abre a porta do meu quarto.

-Anna.. Precisamos de falar.

-fala ai. - disse aborrecida

-eu deixo voce sair daqui e ir para onde quiser se voce me prometer que a partir de amanhã começa a ir á escola.

-Mas...

-Os estudos são muito importantes, a menina, não quer ser alguem na vida?

-NAO. - disse secamente e mais alto.

-Então, ficará a viver aqui.

-Não, eu quero ir para casa, para a minha casa! Não sei porquê voce me quer manter aqui.
Sabe porque tudo aconteceu?
Sabe a razão do acidente?
Gracie estava a dizer que eu tinha que sair daqui, da casa dela, de acordo com as regras da escola, e ir para outra familia, ou ate para um orfanato!

Nessa altura.. Eu adorava estar aqui, e ela tinha me prometido que nunca me deixaria mas... Ela ia quebrar a promessa, e foi ai, foi ai que eu me descontrolei e a tragedia aconteceu.

-e o que voce quer dizer com isso?

-A sua irmã não me queria mais cá, porque você insiste em eu ficar? Porque não me deixa ir?

- Ta, então vá, pode ir para a sua casa fria e vazia, pode ir mesmo, me deixa aqui sozinho. Faça o que quiser. A vida é sua. Eu não mando em você? Não é?
Pode ir mesmo, já não me importo.

E bateu com a porta.












A Menina Que Não Sabia SorrirOnde histórias criam vida. Descubra agora