CAPÍTULO 5

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Tia Delle não demorou muito para chegar e me ajudar na bagunça e com a comida, por que cá entre nós, eu não sou a mais indicada no ramo culinário, ela fez uma refeição bem reforçada e por um momento eu realmente pensei que ela se importava comigo, até ela falar sobre as heranças do meu pai.
- com certeza você vai ficar com uma qua tia maior, talvez até com a parte da sua mãe sabe...
- sinceramente tia, acho que eu não preciso de ajuda aqui, você já pode ir.
- mas...
- por favor!
Ela saiu com cara feia, mas eu não estava no clima de falar do dinheiro do meu pai, do que adiantava todas aquelas riquezas se eu não era feliz, até me lembrou o livro de Eclesiastes da bíblia, meu pai costumava me contar historias bíblicas quando eu era pequena, mas não é possível que tudo vai me lembrar meu pai, tranquei a casa e sai vagando pela praia, sem rumo. Achei uma área verde ali bem próxima, parecia uma pequena floresta de parque, com grama Veredinha e rala, uma pequena clareira, com eu não vi esse lugar antes? Me deitei sob a clareira e senti o sol bater no meu rosto, fechei os olhos, eu precisava daquele silêncio, daquela paz. Não sei ao certo quando tempo fiquei ali, mas ouvi passos, não queria abrir os olhos, porém minha curiosidade foi maior, vi que o sol já estava se ponto e os barulhos de galhos pisados aumentavam, fiquei com medo, mas não consegui me mover, foi então que eu vi uma silhueta masculina.
- Parece que alguém descobriu meu esconderijo- aquela voz me era familiar.
- Kelvin?
Consegui ver seus dentes, ele estava sorrindo, e se aproximou
- vai ficar perdida aqui.
- Ainda bem que você apareceu- lhe dei um sorriso fraco.
- melhor a gente ir, está escurecendo.
- ok- ele me puxou pelo braço e foi me guiando até a praia por onde entrei.
- Então? Vai voltar as aulas?
- acho que sim.
- eu sei que é ridículo perguntar isso, mas você está melhor?
- estou, na verdade não muito, mas eu tenho que viver né, estou fadada a isso, enquanto uns morrem, outros têm que viver.- ele ficou em silencio, o momento era realmente constrangedor, enfim chegamos a minha casa- mas o que você foi fazer lá onde eu estava?
- é meu "esconderijo", quando eu não quero falar com ninguém ou estou fugindo de algo, eu me escondo desse mundo lá, que é o meu mundinho.
- acho que você vai ter que dividir seu mundinho comigo, gostei muito daquele lugar, não sei como não vi ele antes.
- é um esconderijo, difícil de se ver- ele riu e eu dei um soquinho no ombro dele- esta bem, eu divido com você.
- então tá, vou me preparar psicológicamente para amanhã- dei um beijo em sua bochecha e entrei em casa, dormir com certeza eu não ia conseguir, afinal foi a única coisa que eu fiz nos últimos 3 meses, era meu modo de fugir do mundo, não ter que pensar, nem agir.

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Dia de aula
Cheguei na sala, nunca tinha me sentido tão popular, todos olhando para mim e dizendo meus pêsames, nunca tive que fingir tanto estar bem.
Na sala de aula não foi muito diferente do que nos corredores, todos me olhando com pena, eu odiava aqueles olhares, o assunto das aulas foram minha vida "difícil", nunca almejei tanto o intervalo e quando o sino tocou sai em disparada para um banco longe de tudo e de todos.
- Dia ruim Ema?- olhei para a direção da voz e era zoe
- pior agora- sai andando em direção a rua, por favor, já não bastava o dia ser péssimo ainda tinha que aparecer a piranha da Zoe pra me infernizar, não deveria ter saido de casa, meu rumo no momento, quando cheguei vi um carro estacionado, era a tia Delle, como ela conseguiu as chaves? Tentri fazer o mínimo de barulho possível ao entrar na casa, ela não esta na cozinha, nem na sala, subi as escadas e ouvi o barulho de algo caindo no chão e um palavrão logo em seguida, a porta está entre aberta e vi ela sentada não minha cama revirando minhas gavetas, sério isso?
- Posso te ajudar nesta procura?- ela empalideceu- diga-me o que procura, assim vai ser mais fácil se eu ajudar.
- eu só estava...é... Ahn... Eu estava passando mal e procurei algum remédio por aqui, mas não achei
- isso explica tudo, você veio da sua casa até aqui, quando eu não estava para procurar um remédio, interessante...- menei o queixo
- não , eu ia preparar um almoço para você- ela dá um sorriso amarelo
- não precisa, eu sei me virar, pode ir agora, a e a caixa de primeiro socorros e remédios fica no gavetão do armário da cozinha- dei uma piscadela e ela sai rapidamente, preciso fazer telefonema
- alo?
- sim? Posso ajudar?
- preciso trocar as fechaduras da minha casa.
- OK, me passe o endereço...

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Depois de todas as fechaduras trocadas pude me sentir mais segura,o será que ela estava procurando? Algumas perguntas não tem respostas em nossa mente e acabam por ambas (pergunta e resposta) não existirem por assim ser melhor.

O que será que Tia Delle estava procurando, sera desvendado, comentem o que vcs acham e votem se gostarem!! Bjs!

Amar, por quê?[completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora