CAPÍTULO 25

9 2 0
                                    

Kevin onn

As vezes pensar se torna muito difícil e aquele realmente não era um momento para pensar e sim para agir.
Peguei Ema nos braços, mas não sabia o que fazer, tinha uma poça de sangue ao seu redor e estava desacordada e eu nunca me senti tão impotente, era como se o único motivo da minha felicidade estivesse escorrendo nos meus braços e eu não podia fazer nada para evitar.
O caminhoneiro se mostrou muito prestativo, estava ligando para pedir socorro e eu, bom, eu apenas chorava, como uma criança que lhe é tirada o doce.
Os cabelos dourados de Ema estavam banhados em sangue, era muito sangue, ela estava inconsciente, e a dor no meu coração era insuportável, eu não podia perde-la, ela não podia ir.
Estava tão desesperado em salva-la que nem percebi que tinha uma perna quebrada. Quando a ambulância chegou, a pegaram de pressa e depois viram a minha condição e me levaram junto, fiquei o percurso inteiro pensando em como eu era idiota, que eu já deveria ter contato meus segredos, afinal ela era a imagem de amor que eu tinha, e devia confiar nela, mas sempre fui covarde a esse respeito, porque uma pessoa de coração partido não espera mais do que pedaços de amor, mas Ema não me dava pedaços de amor, ela se entregou por completo, porém eu não, eu escondia minha infância turbulenta, minha crises depressivas, as vezes em que tinha ficado internado em clínicas psicológicas, o circulo da minha vida não estava terminado eu tinha que concluído para ser feliz, tinha que achar meus pais, e descobrir o motivo de me abandonarem, saber quem eles eram, Ema já tinha dito para eu fazer isso antes, mas sou muito cabeça dura pra ouvi-la, ela sempre tinha razão, não importava quão estranho fosse o que ela falava, ela sempre tinha razão.
Quando chegamos ao hospital fomos separados, ela foi para a UTI e eu para o pronto-socorro, podia até estar longe dela fisicamente, mas não na minha mente, ela estava destinada a habitar em minha mente durante aqueles dias, devido minha preocupação, e em meu coração a vida toda, devido ao meu amor por ela.
Era incrível como as enfermeiras não compreendiam que eu tinha que ve-la, elas nem se quer me diziam como Ema estava.
- entenda senhor Hytner, não pode sair da cama por enquanto, sua perna esta quebrada...
- não tem uma cadeira de rodas, muleta, algo em que eu poça apoiar para ir até o quarto de Ema?
- Ema? Ema Thompson?
- sim. Acho que é esse o sobrenome dela.
- sinto muito- ela se retirou, ela se retirou? O que ela queria dizer com " sinto muito"? Ela não tinha ido.... Não podia ir! Levantei da cama e saí apoiando nos móveis, parecia que ninguém estava disposto a me dar informações, então, tirasse eu mesmo minhas conclusões, visse eu mesmo, com meus próprios olhos, como se fosse possível ver com outros olhos que não fossem os meus...
Peguei o elevador rumo a ala do UTI pensando, rezando para que não fosse a Ema, que ela não tivesse ido, que minha Ema não tivesse ido.
Chegando na ala perguntei a enfermeira sobre Ema.
- Ema? Qual Ema? tem cinco só nessa ala.
- eu não sei o sobrenome dela...- passei a mão no cabelo forçando a mente a lembrar se ela algum dia tinha dito qual era seu sobrenome
- então não é da familia? Lamento só membros da família podem visitar os pacientes.
- mas...
- lamento- a enfermeira se pos a andar pelo corredor.
- sou o noivo dela- ela parou me analizou e sorriu maliciosamente, bem , não era totalmente mentira, ru realmente queria passar o resto da minha vida ao lado dela, mesmo sendo cedo.
- não acha que é um pouco novo pra se casar?
- nunca é cedo demais para o amor...- ela pensou um pouco.
- tudo bem, mas só vai poder ve-la pelo vidro da porta, se minha chefe souber ficará maluca.
- obrigado.
- Hum, venha, tem que identifica-la e espero que não seja Ema Thompson sua noiva, se for não ará mais casamento- fiquei muito apreensivo, era bom que não fosse, era melhor que não fosse Thompson.
Ela me mostrou uma porta, olhei pelo vidro e era óbvio que não era Ema, e nem as próximas duas, estava ficando desesperado e então na próxima porta eu a vi, estava linda como sempre, um pouco pálida, mas linda, parecia em um sono profundo.
- é ela...- toquei o vidro como se estivesse a tocando.
- esta é Ema Rendmont, vou deixa- lo um pouco aqui, se minha chefe chegar, ela é bem gorda e asiática, se esconda, são apenas dez minutos, tenho que cuidar de outro paciente, está me ouvindo?
- claro, dez minutos.
- OK.
Entrei vagarosamente no quarto, como se o barulho fosse acorda-la, sentei em um banco próximo a ela e fiquei analisando-a por um momento.
- oh Ema, como você foi facilitar? Por que não colocou o cinto? Bem, por que eu não vi que estava sem cinto. A culpa é inteiramente minha, se eu não tivesse escondido meus segredos, não teríamos discutido, eu não teria batido, eu sou uma pessoa horrível, mas você tem que acordar Ema, quando você acordar eu me desculpo, eu mudo, eu te conto tudo que quiser saber, você só tem que abrir os olhos o mais rápido possível...- fiquei esperando, pensando que como um milagre ela abriria os olhos, mas não aconteceu, a enfermeira logo apareceu.
- vamos.
- tá- dei um beijo na testa dela, como eu sempre fazia e saí, acompanhando a enfermeira Marylin, como tinha lido no crachá dela.- qual a situação dela?
- não é das melhores, nem das piores, ela perdeu muito sangue, mas o bom é que o tipo de sangue dela é facil de encontrar, inclusive tínhamos muito no estoque e já repomos, ela vai acordar daqui uns dois ou três dias quando recuperar a consciência, mas o problema mesmo é que ela quebrou três costelas na queda e uma delas perfurou um rim...
- mas pessoas não sobrevivem normalmente com apenas um rim?
- pessoas que tem os rins bons, o que não é o caso dela, o outro rim está muito ruim para que ela sobreviva com apenas ele, pelo jeito ela não bebia muita água...
- eu tenho rins bons, posso doar
- não é tão simples assim, t que ter o mesmo tipo de sangue e mais algumas burocracias.
- você fala como se não estivéssemos falando da possível morte de alguém?!
- com o tempo você se torna frio.
Estava incrédulo com aquela enfermeira até que vi a irmã de Ema, ela também me viu e correu para me abraçar, ela chorava muito, mal conseguiu falar
- eu não vou suportar mais uma perda, ela não pode ir- e naquele momento eu desabei, coloquei pra fora cada lágrima que eu tinha contido durante o dia, sem medo ou vergonha, expus meus sentimentos mais profundos.
O namorado de Megan também se aproximou triste e ficamos todos nós encolhidos no chão chorando e orando pela vida de Ema Rendmont.

Amar, por quê?[completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora