CAPÍTULO 14

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- vamos no parque?
- que parque?
- o parque está na cidade de novo
- a vamos, deixa só eu colocar uma roupa.
- como se estivesse sem né- fiquei vermelha como um tomate, só de pesar nessa hipótese - to brincando amor, vai lá!
Ele me chamou que amor? Que estranho. Será que estamos namorando na cabeça dele? Será que ele realmente gosta de mim? Acho que amor é uma palavra muito complexa e não pode ser dita quando se é conveniente, deve ser dita com o coração. Espero que ele não esteja me iludindo.
Coloquei uma leggin, camiseta e all star, dei uma arrumada no cabelo e passei meu perfume de café
-vamos?- ele me observou por um instante e eu fiquei constrangida.
- vamos, eu só tenho que passar em casa pra me trocar também.
- ok vou pegar a chave do carro.
- melhor eu dirigir...
- engraçadinho você - dei um soco no ombro dele.- vou pegar a chave - o olhei com olhos semicerrados o censurando de rir, mas não adiantou muito.
- ok -tranquei a porta,ele estava me esperando encostado no carro, nossa como ele é bonito, branco forte, não exagerado, cabelo cumprido lisinho e olhos difíceis de dicernir, as vezes verde, as vezes mel, acho que a palavra certa seria esverdeado.
- demorei?
- muito, já estava com saudades- ele sorriu gentilmente vindo ao meu encontro e me deu um beijo na testa.-vamos?
- vamos?
Entramos no carro e fomos por uma rua que eu não conhecia muito bem e paramos em frente a uma casa azul ele desceu, não me chamou para entrar, o que achei estranho e voltou logo
- agora sim vamos?
Fomos até o parque que estava na cidade perto do pier,mas ainda estava fechado.
- o que vamos fazer enquanto não abre?
- O parque só abre de noite, temos uma tarde inteira pra fezer o que quisermos.- ele sorriu maliciosamente.
- vamos numa lanchonete almoçar? E está fora de cogitação fazer, pois nossas habilidades na cozinha são horríveis!
- Não é verdade, eu cozinho muito bem, você que me desconcentrou...
- que desculpa mais esfarrapada Kevin.
- sério mesmo Ema.
- então quero experimentar- digeri a chave e fui rumo a minha casa.
- como está o sr. Calson?
- hum?
- sr. Calson está bem?
- tá...
- hum...- ele ficou estranho e o assunto acabou, ficamos o trajeto todo em silêncio, parecia que eu tinha tocado em uma ferida, talvez pelo fato dele ser órfão, mas tecnicamente eu também era, queria saber o motivo de seus pais terem o abandonado, mas nem ele sabia e tocar nesse assunto só pioraria pioraria tudo, o silêncio era melhor mesmo.
Finalmente estacionei em frente minha casa e ele desceu sem dizer uma palavra.
- Você está bem?
- to.
- quer conversar?
- já falei que eu tô bem!- ele saiu
pisando duro pela areia e eu sabia exatamente para onde ele ia, nosso esconderijo, onde ficava longe de tudo e de todos. Não sabia porque ele tinha ficado tão bravo, mas ele não deveria descontar em mim e se achava que depois era só fingir que nada tinha acontecido ele estava muito esganado.
Fui a pé mesmo até a lanchonete e comprei um sanduíche e um copo de refrigerante, depois tomei um milk shake de napolitano, meu favorito, depois retornei para casa e Kevin estava sentado na varanda, finji não ve-lo, o que era impossível já que ele estava em frente a porta, girei a chave e quando ia entrar ele segurou meu braço, será que vai ser sempre assim? Uma briga besta e depois ele pede desculpa, talvez eu não suporte por muito tempo... olhei fixamente em seus olhos com muito furor, mas ele parecia apenas um garoto vulnerável e abandonado, senti raiva de mim mesma por ter feito aquilo, de ter pensado apenas em mim.
- Kevin...
- Ema eu não gosto muito de falar sobre essas coisas e eu já te contei o que aconteceu.
- mas eu só  perguntei do sr. Calson
- eu o inventei...
- como assim?
- eu afirmei tantas vezes essa mentira que acabou sendo difícil  para mim acreditar que é  mentira, quando eu cheguei na cidade a casa estava em péssimas  condições e muita gente ficava me perguntando coisas sobre família e eu acabei criando Calson pra evitar olhares penosos, eu queria ser forte e que as pessoas acreditassem que eu era, que eu tinha um herói e que fui uma criança  com infância  normal, que eu sabia alguma coisa sobre amar e ser amado, mas não é bem assim...
- eu te entendo... todos te olhando como se fosse um pobre coitado sem rumo na vida, as pessoas param de acreditar no seu potencial e começam  a ter dó  de você,  e nada que você  passa a ter foi conquista própria... mas você  não pode se deixar abater assim,  esse é  um assunto  mal resolvido na sua vida e você  tem que resolve-lo, mesmo que não queira tem que achar seus pais e saber o real motivo do abandono.
- eu não quero, não vai ser bom, vão  apenas concordarem com o que eu já sei...- ele limpou um canto dos olhos.
- se não perguntar a eles nunca vai saber, mas vamos afastar esses pensamentos  e ir para o parque? - deu me um sorriso fraco e assentiu já  se levantando.
Ainda eram 3 horas da tarde, mas desde que eu estivesse com ele eu ficaria bem e esperava que fosse recíproco.

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Amar, por quê?[completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora