Capítulo 1

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Levanto-me da cama, ainda com vontade de passar por mais uma noite de sono.

Como era de esperar, o Puki veio ter comigo à sala. O Puki é um Golden Retriever com um pelo super macio, ao qual vale sempre a pena dar uma festinha. Olho para o meu relógio de pulso dourado. São 7:37h da manhã. Tenho de me despachar.

Vou à cozinha preparar os meus cereais, e vou aos arrumos buscar a ração para o Puki.
Mais uma vez, e mesmo não conseguindo ver a ração que a taça contém, age como um doido, correndo por todos os cantos do meu apartamento.

Quando pouso a tigela no chão, ele come aquela ração como se fosse a sua última refeição. É engraçado ver aquele espetáculo todos os dias.

Volto à cozinha para comer os meus cereais.

Passo a minha mão uma última vez pela cabeça de Puki. Reparo que, ao passar a mão pelo seu pescoço, tem muitas peles extra. Acho que lhe faria bem uma corrida comigo pelo Central Park.

Abro a porta, desço as escadas e vou em direção ao metro.

*

Esta vida esgota-me. Ter que sair de casa cedíssimo para ter que trabalhar numa redação do jornal. Não tenho razão de queixa. No New York Times sempre me apoiaram, arranjei lá grandes amigos.
Sinto-me sortudo por viver ao lado do metro.

Desço as escadas da estação a correr para não perder o metro das 7:50. Felizmente cheguei a tempo.

O ambiente na carruagem é extenuante. Um mar de gente quer de pé, quer sentada. Tanto pessoas que iam para o trabalho, como turistas, ou pessoas que pareciam apenas querer passear por debaixo do chão de Manhattan.

Quando entro dentro pela porta da redação do jornal, digo olá à Mary que se encontra atrás do balcão da receção. Apanho o elevador para ir para o andar onde tabalho. Quando saio, encontro muitas caras que me são conhecidas. Vejo a Jade, a Victoria, a Samantha, e o Fred.

O Fred tem sido uma grande ajuda para mim desde que vim trabalhar para o jornal, sempre me indicou tudo o que seria necessário para manter este emprego. Tornou-se um grande amigo meu.
A Sam, a Vic, e a Jade estão ao pé de mim no andar onde trabalho. Como são mulheres, não consigo evitar perder uma conversa sobre as roupas "ranhosas" da Ruth. Uma trabalhadora que, segundo elas, se está sempre a fazer ao patrão

Depois de me sentar e de ter ligado o meu computador, aquele que é responsável pela distribuição de artigos por cada jornalista, deu-me hoje uma notícia sobre um avião da United Airlines que caiu numa região da China, causando 53 mortes.

Quando a campainha que sinalizava a hora do almoço tocou, fui até ao andar de cima, em direção à cantina para ter a minha refeição. Pouco tempo depois de me sentar, o Fred veio sentar-se no lugar da minha frente, e começou a falar do jogo dos Yankees, que deu na passada terça-feira. Como não gosto de basebol, não liguei muito ao que ele disse.

Voltei para o meu andar e despachei-me a acabar a minha notícia, para depois acabar a aquela que foi deixada na minha secretária enquanto eu estava a almoçar.

Quando finalmente acabei a minha reportagem, tocou. Achei uma certa piada, porque gosto deste tipo de coincidências.

Coloquei o meu computador dentro da pasta, juntamente com uns papéis, para dar uns últimos retoques em casa.

Quando saí do edifício, o telemóvel que estava no meu bolso começou a vibrar. Retirei-o daí, e vi que é Helen, a minha irmã.

— Olá mana! — digo eu, com um sorriso de orelha a orelha. Gosto de falar com ela, nos piores momentos é ela que me reconforta.

A Vida (Não) É BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora