Epílogo

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1 ano depois

— Elizabeth, viste o James ou a Jane? — pergunto preocupado.

— Não vi, senhor. Talvez tenham saído para irem dar um passeio — responde.

— Liz, hoje é terça, eu devia estar a levar o James à cresce.

— Oh, nesse caso tente ligar à menina.

— Já tentei, ela tem o telemóvel desligado.

— Sendo assim vamos à procura deles. Sabe algum sítio para onde ela costumasse levar o menino?

Ao buscar o meu casaco, o meu telemóvel recebe uma mensagem do facebook. É um vídeo de Jane.

— Olá George — diz a Jane do vídeo — Provavelmente estás a perguntar-te onde eu e o James estamos — sai de frente da câmara e revela-se a vista sobre Nova Iorque, debaixo dela, está James. — Isso mesmo, estou no topo do Empire State Building — o meu coração bate como nunca antes tinha — Se queres provar o quanto amas o teu querido filhinho, vem cá. Adeus.

— Elizabeth! — grito mais alto que nunca. Elizabeth vem a correr até mim. — Ela tem o James — começo a chorar na frente dela, e apesar de ter a visão turva consigo reparar que ela abriu os olhos de tanto espanto.

— Vamos no seu carro. Eu conduzo — diz ela.

Ao sairmos da garagem vejo uma mulher que nunca antes tinha visto no corpo da minha governanta. Parecia uma mulher saída de uma revista de pilotos de corrida, pois estava a olhar para a estrada com um ar destemido, e quando pôs a primeira mudança o carro avançou mais rápido que nunca.

À saída de Hoboken, estava uma fila de carros parados devido a um semáforo. Elizabeth aproveita o facto da outra via estar livre para fazer contramão, até atingir o cruzamento perigoso que o semáforo está a evitar os carros de fazerem. Não sei como ela fez aquilo, mas saiu da estrada onde estávamos, e realizou uma derrapagem que causou colisões nos carros atrás de nós. Poucos momentos depois, as sirenes da polícia eram audíveis.

— Pegue na sua mala lá atrás e esvazie-a. Depressa — grita ela.

Assim obedeço. Tiro de lá o meu portátil assim como todos os papéis que lá estão, deixando-a vazia. Ela conduz o carro até à beira da estrada, deixando-me com a impressão de que vai parar. Avista uma fila de carros e resmunga qualquer coisa. De seguida, abre o vidro e atira a mala para a rua, captando a atenção da polícia e fazendo por isso com que eles colidissem com os carros da fila que Elizabeth acabou de se afastar.

— Isso foi incrível! — sorrio como se fosse uma criança.

— Tento fazer o meu melhor — responde com o ar mais profissional possível.

Três minutos depois de passar a ponte que vai até Manhattan, estamos estacionados na base do Empire State Building. Elizabeth estaciona o carro mesmo em frente à porta. Ambos; lado a lado, vamos até à parte de cima do edifício.

— Sabes o que estás a fazer? — pergunto.

— Melhor do que ninguém — vejo o nojo pela Jane que ela está a sentir na cara dela.

— Posso ajudar? — pergunta o homem da receção ao reparar na nossa existência. Elizabeth ignora-o, porém eu olho a medo para ele — Ei, Parem! Mãos ao ar — Eu e Liz viramo-nos para ele. Vejo que ele é também segurança do edifício e tem uma arma a apontar para nós.

Olho para a Elizabeth, e ela mostra um leve sorriso.

— De que é que se está a rir? — pergunta o homem.

— De si. — Elizabeth mantém contacto visual com ele por pouquíssimos segundos. Depois estala os dedos e vira costas, quase imediatamente.

Olho para o homem. Rapidamente, todas as balas da arma dele caíram no chão, provocando estranheza por parte do homem. Coça a cabeça.

Engulo a seco por perceber que tipo de "mulher" tenho ao pé de mim.

Ela dirige-se para o elevador dos empregados, o único que faz ligação direta ao último andar. Quando lá chega dentro, carrega no primeiro botão a contar de cima.

— Por favor, passe o seu cartão de empregado para chegar ao piso de cima — diz uma mulher que me dá a impressão de estragar todos os meus planos.

Elizabeth bufa, e logo de seguida coloca a palma da mão na ranhura para passar os cartões. Nesse momento, as portas fecham-se e o elevador ganha vida ao levar-nos para cima.

Quando as portas se abrem vejo que ainda existem mais umas escadas para ir para o telhado.

— George — diz Jane com um ar desprezível.

— O que é que tu queres sua cabra? É o meu dinheiro não é?

— Achas que eu ía estar assim por causa do teu dinheiro? Eis o que vou fazer: vou colocar-me aqui, e vou cair junto deste monstrinho — coloca-se em cima da grade de proteção e senta-se.

— Papá — disse James. Começo a chorar mais que nunca, por saber que estas foram as primeiras palavras do meu filho.

— Porque estás a fazer isto? — soluço.

— Porquê? — grita — Bem, vamos voltar atrás um ano e um mês. Lembro-me perfeitamente de estar a parir este demónio, mas de repente tudo ficou escuro. E depois acordei com ele no meu colo.

— Sim, e o que tem? — pergunto.

— O que tem? Achas que não sei o segredinho da tua querida amiga empregadazeca? — aposto que Elizabeth está a segurar todas as suas forças para não matar Jane. — Achas?

— Que segredo é esse?

— Que ela tem poderes. Poderes especiais. Ah, ah, ah — ri ironicamente — De início achei a vossa conversa uma parvoíce, mas depois graças a este maravilhoso sonho que eu tive percebi tudo.

— Mas percebeste o quê? De que é que estás a falar?

— Do nascimento do puto! Caramba, eu tive uma hemorragia! Mas com os poderes da tua querida amiga consegui sobreviver.

— Poderes desperdiçados, aparentemente — desabafa Elizabeth

— Diz lá isso outra vez minha campónia — grita Jane

— Chamas-me campónia mais uma vez e faço a tua cabeça explodir, meu amor.

— Ah, ah, ah. E pensar que esta é a mesma gaja medrosa que vimos com uma espingarda da primeira vez que entramos na nossa casa. De qualquer maneira. Adeus.

— Jane! — grito. Corro até à proteção onde ela estava, e vejo-os ainda a caírem pelo grande e mais famoso prédio de Nova Iorque. Decido por bem afastar a cabeça. Não quero assistir à morte das duas pessoas que até agora eram as mais importantes para mim.

E assim acabou! 😄😢

Quero agradecer a todos imenso por terem lido a minha história e por terem-na acompanhado até ao fim.

Este livro terá continuação, porém será de Ficção geral e será narrado pela Elizabeth.

A continuação deste livro chama-se "A Empregada Extraterrestre", e já está publicado no Wattpad. 

Mais uma vez, um grande obrigado a todos. Até sempre! 😄 💕

A Vida (Não) É BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora