Capítulo 22

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— Quem é? — pergunta Jane.

— É a tipa da imobiliária, espera. — atendo o telefone — Estou?

— Olá George, como está? Daqui é Maria Sanchéz.

— Olá, boa noite.

— Peço imensa desculpa por estar a ligar-lhe a esta hora, mas só agora consegui contactar o construtor da casa, e ele diz que amanhã está disponível para fazer a escritura. — tapo a parte de baixo do telemóvel para falar com Jane.

— A Maria disse que amanhã o construtor está disponível para a escritura.

— A que horas? — pergunta a sussurrar.

— A que horas? — dirijo-me desta vez a Maria.

— Depois do almoço, por volta das duas horas.

— Depois do almoço? — olho para Jane e ela acena que sim — Sim, podemos.

— Muito bem, até lá então.

Desligo o telemóvel e apanhamos um táxi até à "The Night", uma discoteca famosa em Manhattan

O ambiente dentro da discoteca é festivo, apesar de ser um mísero sábado.

Começo por beber uma tequila, pelo que depois a minha namorada me companha numa Melon Ball, e de seguida dirigimo-nos à pista de dança, para passarmos uma bela maratona de dança.

*

Acordo com uma dor de cabeça que me faz sentir arrependido pela noite por que passei ontem. Olho para a mesa de cabeceira do lado de Jane, e vejo que é uma hora da tarde. Só agora vejo que está um bilhete dobrado do lado dela. "Fui comprar coisas para o almoço. Não te queria acordar porque és um anjinho lindo enquanto estás a dormir. Devo chegar por volta da uma. Amo-te, Beijos". Pelo bilhete, ela saiu antes da uma hora, por isso ela já cá deve estar. Levanto-me nu da cama, o que é uma surpresa para mim, uma vez que durmo sempre de pijama ou pelo menos de boxers. Visto uns ao sair do quarto.

— Bom dia amor — diz Jane da cozinha, ao reparar que já cheguei à sala.

— Boa tarde — corrijo eu enquanto me sento no sofá da sala.

— Dormiste bem? — pergunta ela a chegar ao pé de mim para me beijar.

— Melhor do que merecia — respondo.

— Estou a fazer salmão grelhado — diz ela — Sei que gostas.

— Hm — respondo ao ligar a televisão.

— Podes vir, querido.

— Estás muito animada — digo ao sentar-me à mesa.

— Ontem a noite foi um máximo — responde ela. Fico confuso por não saber do que está a falar.

— Eu não... eu não me lembro de nada.

— Nada?

— Bem, lembro-me de chegar à pista e dançar muito, mas é só isso.

— Pois, tu bebeste imenso — Jane mete a primeira garfada de peixe na boca.

— O que se passou? — pergunto ansioso.

— Nós chegámos à pista e dançámos muito, depois quiseste ir beber mais ao balcão e eu fui contigo, mas como percebi que querias beber muito, achei que era melhor não beber mais, para o caso de algum de nós se esquecer de alguma coisa.

— E mais?

— Depois quiseste ir para casa, e encheste o táxi de vomito, e tivemos que dar uma ótima gorjeta ao homem. Depois chegamos a casa e fizemos um sexo ótimo. — diz enquanto come.

— Uau — respondo, surpreendido, ainda sem ter comido nada — E foi bom?

— Hm. Tão bom. Estavas com tanta energia, tão... Uau. — responde — Vá, come. Temos que ir para a escritura às duas!

— Pois é! — exclamo — Já nem me lembrava — começo a comer rápido para depois ir tomar um duche.

Antes de sair de casa, dou de comer ao Puki.

*

A escritura vai passar-se na conservatória, que fica tão longe da imobiliária como do nosso apartamento.

— Bem-vindos — cumprimenta-nos Maria. — George, Jane, este é o construtor da casa, Paul Brown.

— Muito prazer — o homem de fato e gravata, alto, gordo, e com um capachinho aperta-me a mão. — Vamos lá então? — aponta para a mesa.

— Bem — diz Maria enquanto nos sentamos. — Penso que já sabem o procedimento. O notário que nos acompanha irá ler o contrato de promessa de compra e venda, depois precisarei da assinatura do construtor, e de um dos dois que quiser assinar. Sim?

— Sim. — digo eu.

— Excelente. Vamos lá começar então.

Maria dá sinal ao notário que vai ler o contrato para começar.

Depois de um não muito longa leitura do contrato, o notário passa o contrato ao construtor, que assina nos sítios indicados. Depois, dá-me o contrato do outro lado da mesa para assinar.

— Muito bem. Agora que está tudo pronto, a casa é vossa — diz Maria com um leve sorriso no rosto.

— Yey! — grita Jane, antes de dar um salto para me beijar o rosto.

— Antes de vos dar a chave, preciso que venham comigo à agência para vos dar os comandos, as chaves e tudo isso, sim?

— Ok, vamos lá — eu, Jane e Maria despedimo-nos toda a gente antes de irmos à agência.

Ao chegarmos, a mulher pede-nos que fiquemos na entrada, porque ela não demora a ir lá dentro buscar as coisas.

— Aqui está. Mais uma vez, muitíssimo obrigado por terem feito negócio connosco — diz enquanto me aperta a mão.

— Foi um prazer — respondo.

— Oh, mais uma coisa. — grita Maria quando já estou de costas.

— Sim? — respondo.

— A empregada lá de casa chama-se Elizabeth. Ela é muito boa empregada, ela quer muito ter um emprego.

— Se gostarmos dela, ela fica — respondo ansioso por sair dali — Obrigado! — viro-lhe as costas.

Finalmente saímos da agência. À saída, existem alguns degraus. Jane aproveitou a sua existência e o facto de eu estar um pouco mais à frente dela para me saltar para as cavalitas, o que apanhou de surpresa.

— Eu amo-nos! — guincha ela. Desço-a das minhas costas e ponho-a no chão, para a beijar num espetáculo de amor e carinho, que sinto pela minha namorada.

— Também nos amo — digo enquanto temos as testas encostadas.

— O que fazemos agora? — pergunta a olhar para mim.

— Podemos ir à nossa casa.

— A pé? — pergunta surpreendida.

— Porque não? Podemos tomar um banho na nossa banheira nova, e a empregada que ficou lá pode mostrar o que vale fazendo-nos o jantar.

— OK! — ri-se ela — estes saltos é que me vão matar mas pronto.

— Toma — digo eu a descalçar-me — usa os meus sapatos.

— Ai! Eu amo-te sabias?

— Eu também te amo flor. Mais do que tudo no mundo.




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