Capítulo 9

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O quarto da minha irmã não tem vestiário, por isso dispus a minha roupa na bancada ao pé do lavatório para vestir quando sair do banho.

Assim que saio do quarto de banho, ajeito as minhas roupas em frente ao espelho que está preso na parede do quarto da minha irmã. Ao sentar-me no pequeno sofá na frente da cama para calçar os sapatos, a minha irmã abre suavemente os olhos. Tapa-os com o antebraço devido à quantidade de luz que entra no quarto pelas janelas.

— Ai, odeio este quarto — resmunga ela remexendo-se debaixo dos suaves lençóis brancos.

Rio-me, e desejo os bons dias á minha irmã, ela mos retribui. Antes de se levantar, diz-me para ir tomar o pequeno almoço que já ia ter comigo à cozinha. Ao descer as escadas, deparo-me com um homem vestido com uma fatiota peculiar — típica de um mordomo. No entanto, os músculos escondidos debaixo da farda são bem visíveis, e o cabelo loiro e olhos azuis dão a impressão que este é surfista.

— Oh, muito bom dia — diz o homem, interrompendo o que estava a fazer para me cumprimentar.

Que simpático.

— Hum, bom dia — não sabia bem o que dizer quando cheguei ao final das escadas. Aí o mordomo veio ter comigo, tratou-me praticamente como um rei.

— O meu nome é Jeremiah, sou o mordomo dos senhores Johnson. Imagino que seja o senhor Clark.

— E imagina muito bem, Jeremiah, pode tratar-me por George — damos um aperto de mão.

— Muito bem senhor George, o pequeno almoço está servido, pode dirigir-se à cozinha. Se precisar de mim é só chamar — apenas sorrio como retribuição. Vou em direção à cozinha.

Mas que pequeno almoço riquíssimo! A mesa da cozinha está cheia de iguarias que eu demoraria a noite e a manhã inteira a preparar. Na mesa tanto se encontram bolos, como croissants, waffles, panquecas, variadíssimos tipos de sumos, torradas e afins.

Um ótimo pequeno almoço.

No momento em que estou a barrar manteiga na minha torrada, a minha irmã entra pela porta da cozinha, com calças de ganga justas escuras, uma camisa branca, umas peças de bijuteria douradas e botas castanhas escuras. Tenho a certeza que ela se veste assim tão bem porque agora trabalha na indústria da moda.

Ambos acabamos a refeição ao mesmo tempo, e de barriga muito cheia. Acho que é assim que deve ser, afinal o pequeno almoço é a refeição mais importante do dia.

Estou entusiasmado. Não disse a ninguém do trabalho que ia voltar hoje, tenho a certeza que vão ficar surpresos. Sinto-me como um menino da escola primária que vai reencontrar os seus amigos depois de umas longas férias de verão.

*

— Bem meu querido, é a tua hora de brilhar — diz a minha irmã, enquanto engata o carro em frente à porta do Nem York Times — Mostra-lhe quem está de volta — sorrio-lhe e saio do carro meio que a tremer.

Ao entrar no edifício, a Mary que está a atender um homem que está a falar com ela, olha para mim, e finge que ele deixou de existir. Rapidamente sai do seu posto de trabalho, e vem a correr para mim feita louca. A saia bege que trás não facilita o salto que tentou dar para cima de mim. Não sei o que se passou com a mulher, nem me dava assim tão bem com ela para fazer isto!

Aii ! Não acredito que estás aqui!! Aposto que o pessoal vai ficar louco por te ver! Quero ir contigo. Para ver a cara deles.

— Então e quem fica na receção?

A Vida (Não) É BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora