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♥ Sentada em uma grande cadeira preta estava eu, sentindo o grande odor de sangue que causava uma forte dor de cabeça, tornando aquilo insuportável. A única coisa que impossibilitava-me de sair dali era a faixa grossa de ferro enferrujada que prendia-me as mãos, os pés e a cintura.
♥ O lugar onde eu me encontrava era sujo, e quase completamente escuro. Nem reparei quando um grande homem surgiu de alguma porta na escuridão, ele trajava um enorme avental e parecia tão enojado quanto eu. O problema era que eu estava enojada pelo o lugar, mas ele estava enojado por causa de mim.
♥ Eu devia ter estranhado, mas por algum motivo não o fiz, era quase como se eu soubesse o por quê dele me ver assim. Envergonhada abaixei a cabeça e percebi que eu chorava.
♥ Era só um sonho não era? Mas então por que parecia tão real? Engoli um soluço que escapava pela a garganta:
♥ - Por favor! Eu juro que não fiz nada! E-eu só...
♥ - Cale a boca! Já basta ter que aturar vocês pelo o corredor sem precisar trabalhar para comer, dormir, beber! Eu trabalho duro nessa merda de lugar! E para quê?! Apenas para bancar a autoridade que vocês nunca tiveram!
♥Respirei fundo, só esperando pelo o pior. A dor de mil facões aterrisou na minha cabeça, fazendo- me gritar.
♥- É isso o que acontece quando se banca a adolescente rebelde!
♥ O choque que eu estava acustumada a levar quase todas as semanas começou na minha cabeça, mas percorreu todo o meu corpo.
♥ - Pare!
♥- Esta tudo bem Lili?
♥ Meu amigo olhou-me preocupado, a luminosidade da sala me cegou um pouco, mas logo meus olhos começaram a se acustumar, dei -lhe um sorriso.
♥ - É claro, só acabei dormindo um pouco.
♥Não podia contar o meu pesadelo ali, quando todos estavam preocupados com o assassino, ou melhor com os assassinatos, e com o coração que mostrou-se embaixo dos pés da garota.
♥ As janelas continuavam fechadas, juntamente com a porta e as cortinas, o clima na minha sala era tenso. Eu esperava o momento em que todos se rebelassem pela a falta de responsáveis e políciais. Não é que eu gostasse de desespero, era porquê por algum motivo eu sabia que ninguém ia sair daqui, por algum motivo eu sabia que as portas estavam fechadas e o tempo quase que extraordinariamente tivesse parado, fazendo-nos congelarmos num esquecimento inevitável.
♥ Não havia nada que pudéssemos fazer, a não ser é claro morrer. Peguei o meu caderno afastando essa idéia da minha cabeça tão rápido como surgiu, e comecei a desenhar rabiscos, só para passar o tempo.
♥ Parecia que ali eu era a pessoa mais calma. A garota na minha frente chorava escandalosamente, chamando pelo os pais e rezando mais do que uma freira, atrás de mim um garoto fingia estar sem ar e usava a sua bombinha para asma como distração, e o garoto do meu lado Enrique, meu melhor amigo olhava assustado para o meu desenho.
♥ Estranhando virei o pescoço para baixo aonde a minha mão desenhava livremente, e soltei um grito, o que fez todos os rostos olharem para mim

Contos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora