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 Faz 15 minutos que a Liliana saiu da sala e não deu sinal de vida. Todos estão cochichando sobre o seu desaparecimento e também o desenho, mas não consigo prestar atenção em nada, apenas fico remoendo a cara que ela direcionou pra mim um pouco antes de dar o fora.

Estralo os dedos  e fecho os olhos tonto, ouço os adolescentes gritarem, forço-os mas não consigo abrir os olhos caindo no inconsciente.

uma canção de ninar me faz acordar, ela é baixinha mas ao mesmo tempo agradável. Me sento ao sentir um certo desconforto com o frio embaixo de mim e noto que acabei dormindo no piso, abro os olhos, uma cama de ferro posiciona-se á minha frente tem uma menina sentada também ela sorri pra mim ao mesmo tempo em que chora, algo completamente bizarro.

 Seus pálidos pés estão descalços  junto com o rosto também branco, ela usa um vestido amarrotado simples parecido com uma camisola, as mãos estão coladas nos joelhos enquanto ela se balança pra lá e pra cá, um capuz vermelho esparrama-se pela a cama com um espelho quase inteiro apoiado na parede trás da cama .

-Não consegue mais fazer nada não é? -Joga seu corpo pra trás numa risada- Seus dias de glória acabaram Caio! - um sorriso torto toma a sua boca- Ah não, espere, não é esse seu nome do outro lado do espelho... Alguma coisa com e - coça o queixo- Es... Esu... Eduardo, sabia que me lembraria!

Não falo nada, mesmo  achando aquilo completamente estranho, deveria ser um pesadelo.

-Ora, vamos, não seja tímido, todos sabemos que não é seu jeito. -Ela olha para a parede- Sabe, nunca gostei dessa cor, é tão sem graça -balança a cabeça- acho melhor dar uma renovada nela - quebra o espelho no chão pegando um dos cacos logo depois, num golpe ágil corta o pulso direito com força fazendo jorrar sangue.

 Levanta da cama e parte rumo à pequena parede de 50 centímetros.





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